Edgard Alves

Jornalista, participou da cobertura de sete Olimpíadas e quatro Pan-Americanos.

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COB mantém os pés no chão em planejamento para Tóquio-2020

Entidade irá esperar até o final de 2019 para avaliar as chances da equipe

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Judoca Rafael Silva celebra medalha de ouro
A judoca brasileira Rafaela Silva celebra no pódio a conquista da medalha de ouro na categoria 57 kg, na Olimpíada Rio-2016 - Toshifumi KITAMURA - 8.ago.2016/AFP

O COB (Comitê Olímpico do Brasil) mostrou cautela, evitando uma previsão de medalhas, ao revelar pontos do seu plano para a participação brasileira na Olimpíada-2020, em Tóquio, no Japão. Talvez pelo temor de falhar, como ocorreu durante os preparativos para os Jogos do Rio.

​ Arriscou apenas projetar conquistas de pódios em pelo menos dez modalidades.

A entidade, porém, decidiu esperar até o final de 2019 para uma avaliação mais segura das chances de sucesso.

Os campeonatos mundiais e os Jogos Pan-Americanos do Peru serão palcos importantes para os brasileiros no ano que vem.

Embora o COB não esteja planejando investir alto no Pan, pretende priorizar a participação nos cerca de 20 esportes que oferecerão vagas para a Olimpíada. 

Os organizadores peruanos calculam que 6.700 atletas, de 41 países das Américas e do Caribe, competirão nas 39 modalidades em Lima, a partir de 26 de julho de 2019. Um ano depois, em 24 de julho, acontecerá a abertura dos Jogos Olímpicos de Tóquio.

Na Olimpíada do Rio, dois anos atrás, o Brasil obteve 19 medalhas em 12 esportes, sendo sete de ouro, campanha inédita na história, mas que não atingiu a meta de colocar a delegação nacional entre as dez da vanguarda.

Terminou na 12ª posição no total de medalhas e um posto atrás pelas conquistas de ouro.

É difícil para um país-sede repetir ou melhorar a campanha caseira no evento seguinte. A Grã-Bretanha foi uma exceção.

Em Londres-2012, ganhou 65 medalhas e, no Rio, 67, subindo um posto, para segundo por conquistas de ouro e para terceiro, no geral.

Nesses exatos dois anos que restam para o apronto final, uma certeza desenha o caminho da delegação nacional rumo a Tóquio: será tarefa bem mais pesada do que a do último ciclo olímpico, quando as verbas disponíveis foram generosas, pois o Brasil era o anfitrião dos Jogos-2016.

O jornalista Sérgio Rangel revelou nesta Folha que o COB vai gastar cerca de R$ 800 milhões com a delegação no projeto da próxima Olimpíada, ou seja, menos da metade do que foi destinado no ciclo anterior, levando em conta o ajuste do dólar.

A crise econômica instalada no país nos últimos anos reduziu drasticamente os gastos do governo na área de esportes e afugentou patrocinadores.

Além disso, suspeitas de corrupção levaram os esportes olímpicos a um impasse, com o pedido de demissão da presidência do COB, no ano passado, de Carlos Arthur Nuzman, preso e depois solto, e ainda respondendo a processo.

Aquele episódio, e dívidas não quitadas pela organização da Rio-2016, provocaram desgaste de imagem. Paulo Wanderley, o substituto de Nuzman, alterou os processos de governança e da política do COB, na busca de um novo foco.

Em Tóquio, a delegação deverá contar com aproximadamente 250 atletas, bem menos do que os 465 na Olimpíada em casa.

Os atletas terão à disposição oito bases de apoio no Japão para adaptação ao clima, fuso horário e alimentação, inclusive com cozinha brasileira.

Na apresentação do projeto Tóquio, o COB mostrou um planejamento repleto de detalhes, fruto da experiência da entidade. Mas o grande desafio continua sendo a corrida atrás de verbas públicas e de patrocinadores.

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