O futebol feminino do Brasil caminha para eventos que oferecem chances de uma escalada relevante em sua história. Nas próximas temporadas, a seleção nacional participa de competições marcantes. Está com vaga garantida no Mundial-2019, na França, e na Olimpíada-2020, em Tóquio.
Campanhas com destaque nestas oportunidades bastam para consolidar a consagração do time brasileiro, que vem alternando momentos de bom futebol e de decepção nos últimos tempos.
A seleção tem um currículo expressivo, com duas medalhas no Mundial (bronze nos EUA-1999, o torneio de estreia da categoria, e prata na China-2007) e, nas disputas olímpicas, desde que o esporte foi introduzido nos Jogos em Atlanta-1996, arrebatou duas pratas (Atenas-2004 e Pequim-2008), chegando ainda ao quarto posto três vezes (1996, 2000 e 2016).
Só falta o ouro, mas quaisquer dos outros degraus do pódio também são gratificantes e simbolizam atestados de sucesso, colocando seus ocupantes no grupo da vanguarda da modalidade.
O Mundial, pela proximidade (começa em 7 de junho e vai até 7 julho), é o primeiro alvo. Por isso, a comissão técnica elabora os planos de treinamentos, que terão largada em janeiro, com tempo mais do que suficiente para uma preparação adequada. A dificuldade fica por conta das brasileiras que defendem clubes no exterior e devem se apresentar mais tarde.
A relação das convocadas também está sendo finalizada com a preocupação de contemplar jogadoras experientes, contudo, sem descartar novatas já iniciadas no alto nível. Marta (seis vezes eleita como a melhor do mundo e artilheira do Mundial com 15 gols), a veterana Formiga e Cristiane despontam entre as estrelas do futebol feminino do Brasil.
Essa mescla é um fator que dá toque especial ao poderio o time. Oswaldo Alvarez, o Vadão, que esteve no comando da comissão técnica e acabou substituído após a Olimpíada do Rio, foi chamado novamente.
A substituta dele no período do afastamento, Emily Lima, a primeira mulher a ocupar o cargo, sequer teve a chance de testar seu trabalho em evento de porte. Ganhou um torneio internacional em Manaus e perdeu amistosos, quando ainda fazia experiências. Acabou demitida.
O retorno de Vadão ao posto virou um enorme desafio para a CBF e sua política relacionada às seleções. O primeiro disparo mostrou acerto com a conquista sem derrotas o título na Copa América.
A equipe brasileira integra o grupo C da primeira fase do Mundial e, pela ordem, vai enfrentar a Jamaica (estreante em Copa), Austrália (país que eliminou o Brasil no último Mundial, em 2015) e Itália. Para Vadão, a chave está equilibrada, com times que se conhecem, exceto a novata Jamaica.
Vinte seleções estão distribuídas pelo outros cinco grupos. Os Estados Unidos já ganharam três Copas; a Alemanha, duas; Noruega e Japão, uma cada. Todas se classificaram para as disputas na França.
A Copa do Mundo das mulheres é uma competição equilibrada, mas não dispensa surpresas, especialmente nas etapas de cruzamentos dos grupos.
Espera-se que o desempenho da seleção do Brasil seja ao menos eficiente. O posicionamento controverso da CBF (Confederação Brasileira de Futebol), no entanto, em relação ao comando técnico, gerou desconforto.
Como o time reagiria hoje sob o comando da sua primeira treinadora? O que de fato motivou a volta de Vadão? São perguntas que continuam sem respostas. Talvez as explicações, para o bem ou para o mal, venham com os resultados no Mundial. Na Olimpíada, um ano depois, o cenário pode ser outro, bem diferente.
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.