Edgard Alves

Jornalista, participou da cobertura de sete Olimpíadas e quatro Pan-Americanos.

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Descrição de chapéu Tóquio 2020

Seleção feminina de futebol tropeça na reta final para a Copa

Brasil enfrenta os EUA após perder para Inglaterra e Japão

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​A seleção brasileira feminina de futebol vai ficar no centro das atenções do esporte no país quando estrear na Copa do Mundo da França, em 9 de junho, contra a Jamaica. Não há dúvida disso.

Mas será que o time está preparado para conquistar um lugar no pódio? A julgar pelos últimos resultados, a seleção não anda bem.

No momento, a equipe disputa a She Believes Cup, nos Estados Unidos, torneio da preparação para o Mundial. Perdeu da Inglaterra (2 a 1) e do Japão (3 a 1) e não pode mais conquistar o título do quadrangular. Nesta terça (5), às 22h (de Brasília), enfrenta a equipe anfitriã, a mais destacada vencedora de Copas do Mundo, com três títulos. 

 
Andressa tenta passar pela japonesa Yuka Momiki na derrota do Brasil para o Japão na She Believes Cup
Andressa tenta passar pela japonesa Yuka Momiki na derrota do Brasil para o Japão na She Believes Cup - Christopher Hanewinckel - 2.mar.19/USA Today Sports

Apesar das derrotas brasileiras, a competição serve de teste para ajustes no padrão de jogo com vistas ao Mundial. Falta pouco tempo para a abertura da Copa francesa.

A seleção não deve promover mudanças radicais. Precisa de mais equilíbrio para uma campanha positiva no Mundial. Não basta contar com Marta, seis vezes eleita pela Fifa como a melhor jogadora do planeta. 

O Brasil participou de todos os Mundiais desde o inaugural em 1991. Ganhou bronze em 1999 e prata em 2007, superada na final pela Alemanha.

Na última Copa decepcionou ao cair nas oitavas diante da Austrália, por 1 a 0. Desta vez, brasileiras e australianas se cruzam logo na primeira fase. Ambas integram o Grupo C com Itália e Jamaica. O Mundial termina em 7 de julho.

A seleção feminina foi a primeira representação de esporte coletivo do país a se classificar para os Jogos Olímpicos de Tóquio-2020. A vitória na Copa América, ano passado, além de garantir a vaga olímpica ainda assegurou a participação na Copa do Mundo da França.

Não há dúvida sobre os méritos das brasileiras pela conquista das vagas. Entretanto, é necessário deixar claro que a Copa América não conta com nenhuma seleção da vanguarda mundial da modalidade. As principais forças são EUA, Alemanha, Noruega, Japão, Inglaterra, Canadá, Suécia e França, além do Brasil. 

Portanto, a classificação da seleção nacional para participar dos principais eventos do futebol feminino não é um fato excepcional. Intrigante seria o contrário, um fracasso na campanha da disputa de vagas.

O time é dirigido pelo técnico Oswaldo Alvarez, o Vadão, desde 2014, exceto por um rápido intervalo quando a técnica Emily Lima assumiu o posto depois da Olimpíada Rio-2016. Em novembro do ano seguinte, o treinador já estava de volta numa surpreendente reviravolta promovida pela Confederação Brasileira de Futebol.

Apesar dessas circunstâncias, Vadão hoje desfruta de mais informações sobre o futebol feminino do que quando assumiu a seleção pela primeira vez, após anos de uma carreira consolidada por trabalho com equipes masculinas. 

A seleção nacional encontra dificuldades para evoluir, ao contrário de rivais que têm conseguido um padrão de jogo cada vez mais aprimorado. A renovação da equipe segue lenta, acompanhando o ritmo do esporte no país. Ainda convoca, por exemplo, Formiga, jogadora com currículo irreparável, mas que acaba de completar 41 anos de idade.

De todo modo, as jogadoras da seleção brasileira são cobiçadas por clubes do exterior, nos quais várias delas encontram seu ganha-pão, pois o incentivo ao futebol feminino por aqui é pouco atraente, quase inexistente. Esse afastamento das estrelas faz com que as competições nacionais percam um pouco de brilho.

Os grandes eventos internacionais, em contrapartida, costumam despertar os torcedores para o futebol feminino. Tem sido assim no Brasil durante Mundiais e Olimpíadas, situação bem diferente da realidade das competições caseiras, quando o futebol praticado por mulheres cai no esquecimento.

Bons resultados no Mundial da França e poucos dias depois no Pan de Lima servirão de incentivo à seleção brasileira para a Olimpíada de Tóquio, no ano que vem. Caso contrário, o time contará com pouco tempo para uma reformulação até os Jogos no Japão.

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