Edgard Alves

Jornalista, participou da cobertura de sete Olimpíadas e quatro Pan-Americanos.

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Esporte e política têm desafio com Tóquio-2020

Brasil tem patinado nos seus planos de conseguir um salto no quadro olímpico de medalhas

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O esporte terá atrações variadas e de alto nível em 2020. Além dos eventos consagrados anualmente, com destaque para os do futebol profissional em todos os cantos do mundo, o ponto alto será a Olimpíada de Tóquio, em meados do ano, englobando representações de mais de 200 países.

O certo é que, a partir deste janeiro, os debates e conflitos de opiniões serão abundantes, levando-se em conta também tratar-se de ano eleitoral. Esporte e política são férteis em polêmicas, misturados ficam ainda mais picantes.

Nos esportes é costumeiro despontar entre os torcedores a tradicional dúvida: quantas medalhas o país ganhará na Olimpíada? Os palpites são sempre carregados de prognósticos tortuosos, alguns otimistas e muitos pessimistas.

O Brasil tem patinado nos seus planos de conseguir um grande salto no quadro olímpico de medalhas. Na Rio-2016, com a vantagem de atuar em casa, com apoio da torcida, o país fez o maior investimento da sua história em um ciclo olímpico, deslumbrado com a responsabilidade da organização dos Jogos.

Apesar disso, terminou apenas em 13º lugar, com 19 medalhas, sendo sete delas de ouro. De todo modo, esses números foram recordes em suas campanhas olímpicas. Entretanto, o plano do COB (Comitê Olímpico Brasileiro) de figurar entre os dez países mais bem colocados na classificação geral não foi alcançado.

Outro tropeço: ficou distante do total projetado inicialmente para alcançar de 27 a 30 medalhas, meta reduzida (22) pouco antes dos Jogos e também não atingida.

Os quadros de medalhas das Olimpíadas mais recentes continuam sujeitos a eventuais correções, leves, por conta de resultados de testes de doping, que estão sendo reanalisados, mas pouca coisa pode mudar.

Assim é possível observar que anfitriões costumam superar expectativas, diferente do que ocorreu com o Brasil, que ampliou suas conquistas em apenas dois pódios.

A China terminou Pequim-2008 com 100 medalhas, distanciando-se das 63 de quatro anos antes em Atenas. A seguir, caiu para 88 e 70, em Londres e no Rio, respectivamente. O Reino Unido ganhou 65 em Londres-2012, uma evolução de cerca de 20%, e ampliou para 67 medalhas no Rio, sucesso absoluto.

O diretor de esportes do COB, Jorge Bichara, evita falar em possíveis conquistas de medalhas no Japão. Na mídia em geral suas declarações são cautelosas. O desempenho dos atletas brasileiros nas principais competições de 2019, segundo levantamento da entidade, não é motivo para euforia nem para pessimismo.

Os brasileiros arrebataram 22 medalhas em campeonatos mundiais ou torneios equivalentes na temporada finalizada em dezembro, o melhor saldo registrado em um ano pré-olímpico e o terceiro no geral, atrás somente de 2013 (27) e 2014 (24). 

Ao todo, 13 modalidades esportivas foram ao pódio: boxe, canoagem velocidade, esgrima, ginástica artística, judô, caratê, natação, skate park, skate street, surfe, taekwondo, vela e vôlei. 

A drástica redução de patrocínio para o esporte e a contenção de verbas governamentais após a Olimpíada do Rio tornaram mais árdua a caminhada dos atletas brasileiros rumo à Tóquio. Até agora, 152 deles garantiram suas vagas. Torneios classificatórios estão programados para este primeiro semestre. 

Um aquecimento para o torcedor, que reunirá grupos diante da TV para torcer, mesmo nas madrugadas olímpicas no Brasil por causa da diferença no fuso horário. Uma oportunidade ímpar para constatar se o dito de que esporte e política não se misturam é verdadeiro ou falso.

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