Edgard Alves

Jornalista, participou da cobertura de sete Olimpíadas e quatro Pan-Americanos.

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Edgard Alves

Nova polêmica sobre doping russo é cheia de armadilhas

Próximos dias serão decisivos para participação da Rússia nos Jogos Olímpicos

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Tensão e expectativa envolvem o posicionamento da cartolagem do movimento olímpico internacional nestes dias. Trata-se da possível exclusão da Rússia, atolada em escândalos de doping e por causa disso repudiada por grande parte da comunidade esportiva mundial, da Olimpíada de Tóquio-2020 e dos Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim-2022.

A comissão esportiva do COI (Comitê Olímpico Internacional) se reúne na quinta (5), em Lausanne, na Suíça, tendo como principal ponto da pauta a avaliação do dossiê russo de resposta sobre o questionamento de doping que teria sido praticado em larga escala pelo país.

Os crimes foram denunciados cerca de dois anos antes dos Jogos do Rio-2016. A questão é polêmica, delicada e foi exaustivamente debatida nos últimos anos. O posicionamento do COI praticamente vai dar subsídios para uma previsão mais bem consolidada acerca do veredito da Wada (Agência Mundial Antidoping) sobre o assunto, previsto para segunda-feira (9), em Paris.

O logotipo do Comitê Olímpico Russo, investigado por casos de doping - Kirill Kudryavtsev/AFP

A Rússia corre o risco de ser excluída dos Jogos de Tóquio e de Pequim e das principais competições internacionais de várias modalidades. Especulações apontam para uma possível suspensão por quatro anos. Os cartolas, no entanto, costumam surpreender quando decidem questões polêmicas.

Além disso, muitas federações esportivas internacionais estão alinhadas com a Rússia, país disposto a abrigar competições, argumento que basta para garantir o apoio em negociações no mundo dos esportes. De modo geral, países que promovem grandes eventos esportivos internacionais despertam olhares de simpatia e interesses.

No ano passado, a Rússia realizou com sucesso a Copa do Mundo de futebol, imagem que serve como cartão de visitas e abre portas. Os russos já têm na mira atrações importantes, inclusive jogos da Uefa, a poderosa organização do futebol europeu.

Na Olimpíada de Inverno-2014, em Sochi, na Rússia, teria ocorrido parte substancial do uso de drogas para a melhora de rendimento dos competidores locais. As investigações apontaram a participação estatal, e até do serviço secreto, nas falcatruas, além do uso de doping em outras modalidades de relevo.

Autoridades da Rússia, principalmente das áreas de esporte e da política, com destaque para o presidente Vladimir Putin, refutaram as acusações e continuam rebatendo as denúncias, sempre afirmando serem um complô político.

O COI levantou a suspensão. A Rússia concordou com uma averiguação internacional em janeiro passado nos registros de controle de doping dos computadores de seu laboratório em Moscou. Mas os investigadores encontraram obstáculos para um trabalho amplo e durante a apuração também observaram inconsistências.

Os posicionamentos do COI e da Wada são passos decisivos para um ponto final no caso da Rússia, embora haja uma instância de apelação, a do TAS (Tribunal Arbitral do Esporte). A luta para garantia do jogo limpo, sem trapaças, é cheia de armadilhas.

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