Edgard Alves

Jornalista, participou da cobertura de sete Olimpíadas e quatro Pan-Americanos.

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Descrição de chapéu Tóquio 2020

Coronavírus é barreira para atletas garantirem vagas olímpicas

Entidades estudam medidas de combate como a suspensão de eventos esportivos

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O temor de contaminação pelo novo coronavírus, foco das atenções mundiais, complica a caminhada de milhares de atletas rumo aos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de Tóquio, a partir de julho. Vagas olímpicas continuam na dependência da realização de eventos classificatórios para serem preenchidas. 

Em todas as partes do mundo, atletas cumprem programas de preparação e precisam viajar para aprimoramento. Muitos deles ainda não garantiram  o direito de carimbar o passaporte nos pré-olímpicos. A delegação brasileira conta até agora com 170 classificados.

A jornada olímpica está mais complicada a cada dia. Na Itália, onde o novo coronavírus provocou mortes e aumentou o número de infectados pela doença nos últimos dias, as entidades estudam medidas de combate como a suspensão de eventos esportivos, adiamento de partidas e jogos com portões fechados, sem público.

De todo modo, as mais de 200 organizações de diferentes nacionalidades que integram o Comitê Olímpico Internacional prosseguem com seus planos. O Comitê Olímpico do Brasil estima que sua representação contará com cerca de 250 atletas, além das comissões técnicas, de saúde, equipes de apoio em geral e cartolagem.

Os planejamentos dos comitês nacionais foram finalizados neste ciclo olímpico, iniciado em 2016. Continuam mantidos. Um exemplo é Cuba, a pequena ilha do Caribe que projeta sua delegação com pouco mais de uma centena de atletas, como quatro anos atrás, no Rio de Janeiro, quando trouxe 123 competidores que conquistaram 11 medalhas, das quais cinco de ouro.

Na época, Cuba e Estados Unidos já davam os primeiros passos na retomada das relações entre os dois países, após um rompimento diplomático de mais de meio século. Foi um relaxamento saudável para as partes, principalmente para os cubanos que enfrentavam o embargo decretado pelos norte-americanos, com enorme repercussão na economia, no comércio, nas finanças e no turismo da ilha.

As relações entre os dois países pareciam caminhar em clima sem hostilidade, mas o atual presidente dos EUA, Donald Trump, revogou pontos daquele acordo de reaproximação, que fora defendido pelo seu antecessor, Barack Obama.

O novo impasse é um choque na esperança dos cubanos de um retorno aos tempos de glória no olimpismo. Apesar disso, a ideia é repetir o tamanho da delegação passada. A ilha destacou-se no esporte a partir da década de 70, impulsionada pelo respaldo do regime revolucionário, que tinha assumido o poder em 1959, sob a liderança de Fidel Castro (1926-2016).

Por razões políticas, Cuba não participou dos Jogos de Los Angeles-1984 e de Seul-1988. Retornou em Barcelona-1992, quando cumpriu a sua campanha olímpica mais expressiva, com 31 pódios, 14 deles de ouro.

Aos poucos, com o embargo e o desmantelamento da então União Soviética, que dava respaldo à ilha, o protagonismo esportivo entrou em queda. Os cubanos passaram a enfrentar maiores barreiras na economia e no desenvolvimento, e lutam para superar suas dificuldades e limitações. 

 As atenções da população mundial, por sua vez, estão voltadas para os riscos do coronavírus. No momento, os dirigentes do movimento olímpico afirmam que os preparativos para Tóquio seguem sob controle.

Nos pronunciamentos, a cartolagem parece evitar o tradicional complemento de otimismo que reza “para os melhores Jogos da história”. Nunca imaginei que torceria, como agora, para ouvir novamente tal manifestação.

Estudantes usam máscara protetora durante evento com a mascote da Paraolimpíada de Tóquio
Estudantes usam máscara protetora durante evento com a mascote da Paraolimpíada de Tóquio - Athit Perawongmetha/Reuters

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