A Olimpíada de Tóquio foi remarcada para julho do ano que vem diante das incertezas sobre a extensão da pandemia do coronavírus. O evento, no entanto, ainda corre o risco de cancelamento.
Apesar de essa hipótese não ter sido descartada em definitivo, o COB (Comitê Olímpico do Brasil) decidiu inovar nos preparativos da delegação nacional. Vai bancar treinamentos de cerca de 200 atletas brasileiros em Portugal ao custo de R$ 13,7 milhões.
O arrojado projeto envolve ainda técnicos e equipes multidisciplinares de 16 modalidades esportivas, e leva a denominação “Missão Europa do COB”. Começa na próxima sexta-feira (17) com o embarque das equipes de boxe, ginástica, judô, nado artístico e natação.
O acordo entre os comitês olímpicos do Brasil e de Portugal é válido até dezembro. Por isso, atletas e equipes poderão aproveitar nesse período a oportunidade para alongar o estágio em outros centros.
Tudo, é claro, dependerá da possível liberação nos próximos meses das medidas restritivas ao coronavírus em países europeus. O projeto em curso demandou negociações com o comitê olímpico e com o governo de Portugal, que concordaram em liberar o ingresso de brasileiros naquele território.
Todos os integrantes da delegação nacional serão submetidos a testes de Covid-19 até 72 horas antes do embarque, repetirão o procedimento no desembarque em Portugal e ficarão em isolamento por 48 horas. Farão novo teste antes do regresso ao Brasil.
Competindo em casa, no Rio, com amplo apoio dos torcedores, a delegação brasileira alcançou a inédita 13ª colocação no quadro geral de medalhas, empatada com a da Holanda. Conquistou 19 medalhas (sete ouro, seis prata e seis bronze). Portugal terminou no 78º lugar, com apenas um bronze.
A alegação de mais segurança em relação aos riscos da pandemia de coronavírus parece razoável, mas causa estranheza que o país que promoveu a Olimpíada mais recente, em 2016, tenha de recorrer a outro centro, na Europa, para preparação dos seus atletas. Como fica a avaliação do legado dos Jogos do Rio?
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