Edgard Alves

Jornalista, participou da cobertura de sete Olimpíadas e quatro Pan-Americanos.

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Edgard Alves
Descrição de chapéu Tóquio 2020

Olimpíada em 2021 mistura pessimismo, otimismo e incertezas

Adiados, Jogos de Tóquio correm contra o relógio e torcem por vacina

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Os organizadores da Olimpíada de Tóquio, planejada para servir de palco a atletas de mais de 200 países, continuam encurralados pela pandemia do novo coronavírus.

O risco de cancelamento dos Jogos permanece no horizonte. Há dúvidas sobre o estágio atual do combate à doença. As incertezas já provocaram o adiamento do megaevento poliesportivo de meados deste ano para o período de 23 de julho a 8 de agosto de 2021.

A pandemia da Covid-19, contra a qual não existe uma vacina eficaz até o momento, fulmina vidas humanas em praticamente todos os pontos do planeta.

Portanto, a realização dos Jogos Olímpicos não depende exclusivamente do controle da peste no Japão, a sede do evento. A segurança deve abranger também os estrangeiros, com ampla garantia de proteção. Estes, por sua vez, não podem representar perigo aos locais.

Atingir tal estágio demanda muito esforço e tempo, restando cerca de um ano para a abertura dos Jogos.

Os bonecos Miraitowa (à esq.) e Someity, mascotes da Olimpíada e da Paraolimpíada a serem realizadas em 2021, próximos à governadora de Tóquio, Yuriko Koike
Os bonecos Miraitowa (à esq.) e Someity, mascotes da Olimpíada e da Paraolimpíada a serem realizadas em 2021, próximos à governadora de Tóquio, Yuriko Koike - Philip Fong - 12.jun.20/AFP

A situação, no momento, é caótica em incontáveis países. O caso do Brasil é um exemplo. Os níveis de governo —federal, estadual e municipal— adotam métodos diferentes no combate ao coronavírus, dificultando o controle.

A complicada luta para barrar a pandemia abala até mesmo os próprios japoneses, mas eles continuam empenhados nas tarefas olímpicas.

Uma pesquisa recente do Japan News Network, mesmo sem relacionar diretamente a resposta ao terror do coronavírus, apontou que 77% deles não acreditam que a Olimpíada pode ser realizada em 2021.

Apesar disso, a governadora de Tóquio, Yuriko Koike, foi reeleita para o cargo no último domingo (5). Ela sempre defendeu a Olimpíada como um evento importante para o Japão.

A vitória nas urnas, de certa forma, pode ser encarada como um respaldo dos japoneses aos Jogos. Rival político da governadora, o primeiro ministro do Japão, Shinzo Abe, manifestou apoio a ela na condução dos trabalhos olímpicos. Um bom sinal.

O adiamento dos Jogos elevou os gastos dos organizadores. Uma nova alteração do prazo, no entanto, tornará indefensável o estouro das contas. Um exemplo: a indenização a ser paga aos proprietários dos apartamentos da Vila Olímpica, vendidos antecipadamente, que ficarão mais outro ano à disposição do comitê organizador.

Apesar da carga de sacrifício com o adiamento do evento para o ano que vem, os japoneses apoiaram o desafio, assumido em setembro de 2003. Não é o resultado de uma pesquisa que vai mudar o rumo do compromisso. É natural o surgimento da dúvida após a surpresa da pandemia.

Na contramão do estágio de apreensão há também o otimismo sobre um possível refluxo da pandemia. Os japoneses parecem acreditar nessa possibilidade.

Tanto que a liga principal de futebol daquele país acaba de retomar sua temporada e até planeja abrir os estádios para o público, embora com cautela.

O plano é permitir a presença de 5.000 torcedores nos jogos a partir do próximo fim de semana. Um pequeno passo que pode servir para destravar os temores do coronavírus.

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