A Copa do Mundo do Qatar está um pouco distante, deve acontecer apenas em 2022, mas a CBF (Confederação Brasileira de Futebol) vai ter muito trabalho na temporada do ano que vem. Isso porque a entidade terá de cuidar de três importantes campanhas das seleções nacionais.
O time principal, hoje comandado pelo técnico Tite, estará em plena disputa das Eliminatórias sul-americanas para a Copa; e as equipes olímpicas masculina e feminina participarão dos Jogos de Tóquio, em julho. Três desafios de grande repercussão.
A situação das mulheres é a mais tranquila, pois elas estão classificadas para os Jogos e a técnica sueca Pia Sundhage terá que se preocupar apenas com os treinamentos, pois dificilmente a seleção esbarrará em entraves para liberação das jogadoras que atuam em times no exterior.
No lado masculino, as duas seleções correm em paralelo. A data-Fifa (aquele período reservado para o atleta servir à equipe do seu país) facilita para o time de Tite nas suas convocações. Já para a representação olímpica, do técnico André Jardine, o trabalho tromba com aquele obstáculo, ou seja, não pode garantir por antecipação que os convocados atenderão ao chamado da seleção.
Isso porque não há data-Fifa para a categoria olímpica. Os clubes do exterior que contam com brasileiros têm direito sobre seus contratados e podem não liberá-los. Nenhum deles que conta com atleta no qual investiu fortuna é simpático à ideia de ficar desfalcado, mesmo que temporariamente.
A seleção masculina está com sua vaga assegurada para Tóquio desde o ano passado e dispõe de tempo para negociações sem atropelos. É um trabalho que exige jogo de cintura e habilidade da CBF.
Com o adiamento dos Jogos do Japão para julho do ano que vem por causa da pandemia do novo coronavírus, os cartolas da CBF ganharam tempo para fechar acordos. A seleção olímpica, pelos regulamentos, só pode contar com três atletas de mais de 24 anos. As dificuldades mudam pouco considerando-se que muitos jogadores atuam no exterior e ainda não atingiram esse limite de idade.
Praticamente a maioria dos nomes das convocações deve necessitar de negociações.
O atacante Neymar, indiscutivelmente o mais destacado jogador brasileiro na atualidade, é a estrela que a CBF quer na Olimpíada. Ele foi decisivo na conquista inédita da medalha de ouro pelo Brasil na Olimpíada do Rio, em 2016. O gol do título foi dele na série do desempate por pênaltis diante da Alemanha.
Neymar continua na França, onde defende o Paris Saint-Germain. Na lista da artilharia dos brasileiros na Olimpíada, ele acumula sete gols (3 em Londres 2012 e 4 no Rio), tendo participado de 12 partidas. Está empatado com Romário, que atuou em apenas 6 jogos. Ambos são superados por Bebeto, com um gol a mais.
A depender de Neymar, o atacante não tem dúvidas. Ele vai continuar jogando pela seleção principal nas Eliminatórias da Copa e pretende atuar pelo país nos Jogos Olímpicos. Por isso, torce para um acordo entre a CBF e o PSG. Na verdade, ele não está sozinho nessa luta. O torcedor brasileiro que o diga.
Convocação
O técnico André Jardine acaba de convocar a seleção olímpica, apenas com jogadores que atuam fora do Brasil, para os jogos amistosos contra Arábia Saudita, dia 13 próximo, e Egito, dia 16, ambos programados para Jidá, na Arábia Saudita. São eles:
Goleiros
Daniel Fuzato - Gil Vicente (POR)
Gabriel Brazão - Real Oviedo (ESP)
Phelipe - FC Dallas (EUA)
Laterais
Ayrton Lucas - Spartak Moscou (RUS)
Caio Henrique - Monaco (FRA)
Dodô - Shakhtar Donetsk (UCR)
Emerson - Real Betis (ESP)
Zagueiros
Gabriel Magalhães - Arsenal (ING)
Ibañez - Roma (ITA)
Luiz Felipe - Lazio (ITA)
Lyanco - Torino (ITA)
Meio-campistas
Bruno Guimarães - Lyon (FRA)
Lucas Paquetá - Lyon (FRA)
Marcos Antônio - Shakhtar Donetsk (UCR)
Maycon - Shakhtar Donetsk (UCR)
Reinier - Borussia Dortmund (ALE)
Wendel - Zenit (RUS)
Atacantes
Antony - Ajax (HOL)
David Neres - Ajax (HOL)
Evanílson - Porto (POR)
Matheus Cunha - Hertha (ALE)
Pedrinho - Benfica (POR)
Rodrygo - Real Madrid (ESP)
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