Edgard Alves

Jornalista, participou da cobertura de sete Olimpíadas e quatro Pan-Americanos.

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NBA é modelo exemplar, mas deve desfalcar o 'Dream Team'

Calendário da liga pode tirar estrelas do basquete dos Jogos de Tóquio, em 2021

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A decisão da NBA 2019/2020, a liga norte-americana profissional de basquete, foi um espetáculo de gala, do tipo de evento que não engana o torcedor. O fã de esporte o coloca na agenda e sabe que não vai perder o seu tempo com porcaria. Pelo contrário, alimenta a certeza de uma boa escolha, saudável, prazerosa e repleta de emoção.

Diferentemente do próprio basquete e da maioria dos esportes, explorados mundo afora por estruturas pouco ou quase nada profissionais. O nosso futebol é um exemplo, repleto de craques, mas com administração superada e espetáculos beirando o ridículo.

A NBA é uma entidade que trabalha em função do interesse comum dos times (franquias), como uma grande empresa organizada, com regras rígidas, na busca de equilíbrio de forças, impedindo vantagens, para que todos os envolvidos tenham oportunidades e ganhos.

O padrão de excelência da NBA, bem-sucedido e em progresso desde a reformulação da liga na década de 1980, mostrou ainda mais sua capacidade de superar barreiras neste ano. Não sucumbiu nem diante da pandemia do novo coronavírus. Reagiu e virou o jogo após quatro meses e 19 dias de paralisação para finalizar seu campeonato com êxito.

Para tanto, teve de se reinventar. Criou uma bolha de proteção para os atletas no complexo da Disney, em Orlando, com a concentração dos times em três hotéis e com três ginásios à disposição para jogos, sem público. Além disso, contou com o respaldo de uma equipe médica especial para controle da boa saúde dos integrantes das delegações. A operação custou caro (US$ 150 milhões), mas driblou a pandemia.

No mesmo período, fugindo à regra dos eventos esportivos em geral, permitiu que os atletas se manifestassem politicamente e também contra episódios de violência policial no país. Essa somatória de fatores garantiu a segurança e a paz para que o campeonato fosse concluído sem incidentes ou ocorrências indesejáveis de qualquer tipo.

O time do Los Angeles Lakers arrebatou o título ao derrotar o Miami Heat por 4 a 2 na série melhor de sete jogos da decisão, que teve lances extraordinários, fantásticos.

LeBron James, do time dos Lakers, foi eleito como o MVP, o melhor jogador das finais pela quarta vez. Antes havia sido escolhido em duas oportunidades quando defendia o Miami e em uma com o Cleveland Cavaliers. O brilho alcançado por LeBron sedimentou o sucesso de sua carreira, com participação em dez finais e a conquista de quatro títulos.

LeBron James enfrenta o Miami Heat na final da NBA
LeBron James enfrenta o Miami Heat na final da NBA - Douglas P. DeFelice - 2.out.20/Getty Images/AFP

O troféu levantou também uma polêmica natural sobre quem é o mais destacado astro da história da NBA, ele ou Michael Jordan, que atuou em seis decisões, foi seis vezes MVP das finais e ganhou seis títulos, todos com o Chicago Bulls.

Com qual deles você fica? Nessa decisão, não foi só LeBron que brilhou. Seu companheiro de equipe Anthony Davis também teve apresentações de pompa, bem como o rival Jimmy Butler.

Normalmente, a liga começaria em outubro e terminaria em junho. O atraso para o encerramento desta temporada, por causa da pandemia de coronavírus, deve provocar um adiamento da abertura do próximo campeonato, com previsão de início apenas no período das festas natalinas ou em 2021.

A nova agenda virou uma pedra no caminho dos Jogos Olímpicos, programados, e ainda não confirmados por conta do estágio de descontrole da pandemia, para julho-agosto em Tóquio, quando a temporada da NBA estará atingindo o seu pico. Será que estrelas da liga integrarão o "Dream Team" (Time dos Sonhos), a seleção dos Estados Unidos?

As equipes dos principais craques, via de regra, sempre passam aos playoffs, as fases decisivas. Portanto, é quase certo que os destaques do campeonato não estarão em Tóquio. Jogadores estrangeiros que atuam na liga também poderão ficar alijados da Olimpíada. O comissário da NBA, Adam Silver, em entrevista à CNN, já mencionou essas possibilidades, que estão sendo analisadas.

O torneio de basquete masculino é um dos mais atrativos eventos dos Jogos Olímpicos. Não faltam motivos para lamentos dos organizadores da competição e, mais ainda, dos entusiastas do basquete.

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