Edgard Alves

Jornalista, participou da cobertura de sete Olimpíadas e quatro Pan-Americanos.

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Descrição de chapéu Tóquio 2020

Otimismo de Bach não tranquiliza japoneses sobre a Olimpíada

Japão registrou recorde de 1.737 novos casos de coronavírus no último sábado

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A visita de Thomas Bach, presidente do COI (Comitê Olímpico Internacional), a Tóquio, iniciada no fim de semana, serviu de palanque para a confirmação de que os Jogos Olímpicos devem mesmo ser realizados na capital japonesa, em julho-agosto de 2021. A oportunidade para debater a chance de um novo cancelamento do evento não ocorreu.

Prevaleceu a manifestação de que os Jogos serão realizados mesmo diante de qualquer dificuldade. Esse foi o panorama que ficou dos relatos das agências de notícias sobre a presença de Bach no Japão.

A viagem do dirigente, a primeira ao país depois do anúncio em março do adiamento dos Jogos para o ano que vem por causa da pandemia do novo coronavírus, não teve clima de festa. Nos dias que antecederam o desembarque dele no território japonês, o Japão enfrentou forte avanço da pandemia.

Thomas Bach, presidente do COI, durante encontro com Koike Yuriko, governadora de Tóquio
Thomas Bach, presidente do COI, durante encontro com Koike Yuriko, governadora de Tóquio - Du Xiaoyi/Xinhua

O país registrou 1.737 novos casos diários de coronavírus no sábado, renovando um recorde pelo terceiro dia consecutivo. Foram 1.704 casos na sexta-feira e 1.660 no dia anterior, no que os especialistas dizem que pode ser a terceira onda da pandemia no país.

Tóquio relatou 352 novos casos de coronavírus, ultrapassando 300 pelo quarto dia consecutivo, a primeira série desde o início de agosto. Antes da quinta-feira (12), o registro anterior de um único dia de 1.597 novos casos em todo o país foi em 7 de agosto.

O governo japonês tem como objetivo estabelecer um equilíbrio entre conter a propagação da Covid-19 e manter as atividades sociais e econômicas, desde que suspendeu o estado de emergência, em maio. Além disso, espera que a Olimpíada ajude a recuperar a economia abalada pela pandemia.

Bach expressou a confiança de que a Olimpíada será um sucesso no ano que vem, permitindo até a presença de público, independente das ondas de infecções do coronavírus que aterrorizam o mundo. O dirigente chegou a ser confrontado por manifestantes que portavam cartazes e alto-falantes e que exigiam o cancelamento dos Jogos.

O presidente do COI manifestou otimismo sobre a aprovação de uma vacina contra o coronavírus e que ela estará disponível antes dos Jogos, fato que propiciará mais segurança tanto para os visitantes como para os cerca de 11 mil atletas esperados para as competições. Os japoneses, no entanto, não estão tão otimistas sobre a situação. Tanto que quase 60% dos entrevistados de uma pesquisa feita pela televisão Asahi, em novembro, disseram que o evento deveria ser adiado novamente ou cancelado, segundo a agência japonesa de notícias Kyodo News.

A segurança dos atletas e dos espectadores é a prioridade máxima para Bach, com a expectativa de promover as disputas com a presença de muitos torcedores. Ele até revelou que o COI poderia arcar com alguns custos da vacinação, caso ela venha a ser disponibilizada, acrescentando ainda que está mais confiante de que outros remédios serão desenvolvidos nos oito meses até a abertura dos Jogos.

Nas conversas que manteve com o primeiro-ministro japonês, Yoshihide Suga, ambos concordaram em trabalhar de perto para realizar a Olimpíada no próximo verão, conforme o planejado. Mas, lamentavelmente, a retomada da pandemia em vários países, e no Japão, assusta e mantém um ponto de interrogação sobre os Jogos.

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