Edgard Alves

Jornalista, participou da cobertura de sete Olimpíadas e quatro Pan-Americanos.

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Futebol feminino encerra temporada e reserva emoções para ano olímpico

Libertadores e seleção brasileira nos Jogos de Tóquio farão um 2021 movimentado

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A conclusão do Campeonato Brasileiro praticamente colocou um ponto final na temporada do futebol feminino, ainda que o Paulista esteja por realizar o jogo de volta de suas semifinais e o confronto pelo título nas próximas semanas. Grandes emoções são esperadas para o ano que vem, com a Copa Libertadores e a seleção brasileira na Olimpíada de Tóquio.

O Corinthians, agora bicampeão brasileiro feminino, com uma campanha espetacular encerrada domingo (6), acompanhado do vice, o Avaí-Kindermann, de Santa Catarina, e da paulista Ferroviária, de Araraquara, vão disputar a Libertadores, na Argentina, em março. O time alvinegro é o atual campeão do torneio.

O bi no Nacional veio com vitória por 4 a 2 contra o Avaí-Kindermann, no estádio de Itaquera, finalizando a decisão que tinha registrado empate no primeiro jogo, em Santa Catarina. Foi a quarta vez consecutiva que o time chegou à final. Ganhou 18 jogos, empatou dois e perdeu um. Um campeão com mérito.

A seleção brasileira feminina, por sua vez, foi a primeira das modalidades coletivas a garantir a classificação para Tóquio. A vaga veio em abril de 2018, no Chile, com a conquista pela sétima vez da Copa América.

De lá para cá, cumpriu planejamento convocando as atletas de acordo com a disponibilidade, pois a maioria das principais estrelas atua no exterior, onde o respaldo é mais vantajoso, especialmente o salarial.

Na semana que vem será anunciada nova lista de jogadoras para treinamento em Viamão, no Rio Grande do Sul, de 5 a 20 de janeiro. Será a largada da reta final até Tóquio, com três datas Fifa, períodos reservados para amistosos, quando os clubes de todos os países têm de liberar suas atletas para as seleções.

A sueca Pia Sundhage, treinadora que já sentiu as emoções das conquistas de medalhas de ouro olímpicas com os Estados Unidos em 2008 e 2012 e de prata em 2016, no Rio, com a Suécia, é a técnica da seleção do Brasil.

Ela conta com os compatriotas Anders Johansson e Lilie Persson como auxiliares, mais a brasileira Beatriz Vaz. Tem ainda o preparador físico Fábio Guerreiro, o preparador de goleiras Juarez Veludo, o fisiologista Luciano Capelli, o analista de desempenho Ricardo Pombo e a psicóloga Marina Gusson.

Nas várias convocações que fez, Sundhage relacionou 66 atletas, tendo colocado em campo 49. O fato é que o Brasil tem um grupo de jogadoras experientes e incansáveis, que há vários anos seguem atuando em nível internacional. Aos 34 anos, a meia-atacante Marta, seis vezes eleita a melhor do mundo, é um exemplo. O que dizer da meia Formiga, de 41, que participou de sete Copas do Mundo.

Assim sendo, a seleção sempre repete a maioria das convocadas nos grandes eventos internacionais, enfrentando dificuldades para uma renovação. Esse grupo obteve a medalha de prata na Copa do Mundo de 2007 e duas outras pratas nas Olimpíadas de 2004 e 2008. No Rio, em 2016, ficou em quarto.

Sundhage ensaia mesclar jovens e experientes, mas não é tarefa fácil para o momento. A renovação virá mesmo no ciclo pós-Olimpíada de Tóquio, adiada de 2020 para julho do ano que vem por causa da pandemia do novo coronavírus. Enquanto isso, o time olímpico resiste e a CBF (Confederação Brasileira de Futebol) busca um mínimo de reformulação do seu setor feminino.

Há cerca de três meses, o futebol feminino da CBF passou a ser dirigido só por mulheres –as ex-jogadoras Duda Luizelli e Aline Pellegrino– numa reformulação do setor implantada pela entidade.

Duda Luizelli, ex-coordenadora do feminino do gaúcho Inter, está à frente da coordenação das seleções nacionais femininas, cargo ocupado anteriormente por Marco Aurélio Cunha.

Aline Pellegrino, com experiência acumulada com a passagem pela diretoria de futebol feminino da Federação Paulista, é a responsável pela coordenação de competições femininas, que controla todas categorias.

Nos últimos tempos, o futebol das mulheres vem ganhando visibilidade, embora não na velocidade esperada pelo setor. Recentemente, clube com equipe masculina profissional passou a ser obrigado, por regulamento internacional, a montar também time feminino, movimento importante nesta fase inicial de incentivo para as praticantes do esporte.

Além disso, outro fator relevante para sustentação do futebol das mulheres é a manutenção do interesse pela modalidade daquelas atletas que já estão no mercado de trabalho. Nesse sentido foi acertada a decisão da CBF de equiparar premiações e diárias das seleções nos dois gêneros. O futebol feminino deu um pequenino passo deixando a estagnação para trás, mas ainda falta muito para a almejada evolução.

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