Edgard Alves

Jornalista, participou da cobertura de sete Olimpíadas e quatro Pan-Americanos.

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Descrição de chapéu Tóquio 2020

Com revezamento da tocha olímpica, Japão tenta enfim confirmar realização dos Jogos

Até o momento, no entanto, possibilidade de cancelamento definitivo ainda divide a tela

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Depois de uma espera alucinante e nervosa, o Japão finalmente toma atitudes mais consistentes e palpáveis para tentar confirmar a realização dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos, a partir de julho, em Tóquio.

Até o momento, no entanto, a expectativa tem mão dupla, pois a possibilidade de cancelamento definitivo daqueles eventos ainda divide a tela, gerando tensão.

Como é sabido, tudo tem a ver com a pandemia do novo coronavírus, crise iniciada em dezembro de 2019 na China e que arrastou milhões de pessoas à morte em todo o mundo, das quais cerca de 295 mil só no Brasil.

O impacto atingiu em cheio os Jogos Olímpicos, o maior evento esportivo internacional do planeta, que reúne delegações de mais de duas centenas de países.

A capital japonesa, com os palcos armados para a grande disputa poliesportiva, ficou rendida e anunciou o adiamento da agenda em um ano, para julho próximo, deixando a confirmação para agora.

A decisão foi tomada de comum acordo entre o comitê organizador dos Jogos, governo do Japão, COI (Comitê Olímpico Internacional) e OMS (Organização Mundial da Saúde).

Os organizadores deram um passo no sábado (20) ao confirmar a proibição da entrada de turistas estrangeiros no país durante as competições para evitar contágios pelo coronavírus. Dessa forma, apenas torcedores japoneses acompanharão ao vivo as disputas nos estádios.

A alegação foi a preocupação com a segurança dos atletas e dos espectadores japoneses. O comitê anunciou também a devolução de cerca de 600 mil ingressos vendidos no exterior.

A medida mais importante ficou por conta da manutenção do início do revezamento da tocha olímpica para quinta-feira (25) desta semana (noite de quarta no Brasil). Ela virá com restrições e mais sóbria do que de costume.

O número de participantes do revezamento sofreu redução e o programa foi simplificado para impedir a disseminação do coronavírus. Os condutores da tocha, por sua vez, poderão correr sem máscara desde que com distanciamento seguro uns dos outros.

Já os espectadores poderão se alinhar ao longo do trajeto de passagem do fogo, mas torcer será proibido, bem como gritar. Devem apoiar com aplausos, evitando contato físico e mantendo distância social. A presença deles em determinados pontos será possível apenas com reserva.

Mantida a solenidade tradicional, a chama de Tóquio foi acesa em março do ano passado na antiga Olímpia, na Grécia, berço dos Jogos Olímpicos da Era Moderna.

Dias depois, de avião, o fogo foi transportado ao Japão para o início do revezamento previsto para Fukushima, na região arrasada por terremoto e tsunami em 2011, que deixou milhares de mortos.

Em função daquela tragédia, a Olimpíada é destacada pelos japoneses como “Os Jogos Olímpicos da Reconstrução”. Um paralelo pode ser estabelecido nesse aspecto com o evento de 1964, também em Tóquio, quando ajudou o Japão a mostrar ao mundo sua recuperação da trágica participação na Segunda Guerra Mundial, na década de 1940.

Com a pandemia fazendo vítimas de maneira avassaladora em incontáveis países, a manutenção da Olimpíada ficou insustentável no ano passado e resultou no seu adiamento em 24 de março.

Assim, o fogo, que estava em território do Japão, acabou mantido em condições especiais no país até hoje, tendo inclusive sido exposto em Tóquio.

Uma dádiva para os japoneses que idealizaram a tocha sob o lema “A esperança ilumina nosso caminho”, conceito adequado para o momento, embora criado bem antes da pandemia.

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