Edgard Alves

Jornalista, participou da cobertura de sete Olimpíadas e quatro Pan-Americanos.

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Ir e voltar com saúde de Tóquio é o desafio do time olímpico do Brasil

Delegação brasileira não poupará esforços para estar cercada de cuidados especiais

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A turbulência mundial provocada pela pandemia do novo coronavírus não é um obstáculo considerado intransponível para o desenvolvimento das atividades do COB (Comitê Olímpico do Brasil).

A crise mundial da saúde é ameaçadora, de riscos à vida. Por isso, a delegação brasileira não vai poupar esforços para estar cercada de cuidados especiais na sua participação na Olimpíada de Tóquio, em julho-agosto.

Infectologistas e testes da Fiocruz agem em parceria com o COB no planejamento da viagem ao Japão. A entidade ficou temerosa a princípio com a pandemia, mas não recuou. Pelo contrário, tratou de ampliar suas defesas para fazer boa figura nos Jogos Olímpicos.

Homem passeia em frente aos anéis olímpicos do Museu Olímpico de Tóquio
Homem passeia em frente aos anéis olímpicos do Museu Olímpico de Tóquio - Charly Triballeau - 28.jan.2021/AFP

O maior desafio será ir e voltar com saúde. Assim é encarada a situação, segundo avaliação do diretor de esportes do COB, Jorge Bichara. Ele é figura de proa na formação e estratégia da delegação olímpica nacional.

Os desdobramentos da pandemia são imponderáveis. Portanto, quanto menos surpresas, menor serão as chances de tropeços. As estimativas apontam para uma delegação com 600 integrantes, dos quais 260 a 290 atletas.

No momento, 181 competidores têm vagas garantidas, conquistadas por índices, rankings e seletivas olímpicas em 21 modalidades. A mais numerosa é a do futebol, com 36 integrantes das equipes masculina e feminina. O atletismo vem a seguir, com 25.

Na lista, até agora, duas modalidades tradicionais –judô e basquete– não aparecem. Só depois de finalizadas as suas respectivas seletivas é que o esporte entra na delegação.

A expectativa aponta o judô com 14 atletas classificados nas várias categorias dos dois gêneros, nas quais os obstáculos maiores ficam por conta dos pesos-pesados.

O basquete perdeu a chance de conquistar vaga no feminino e, no masculino, terá a derradeira oportunidade de disputar o torneio seletivo mundial, de alto grau de dificuldade, em junho, praticamente às vésperas da Olimpíada.

No mesmo ritmo das demais atividades sociais, o esporte vem enfrentando problemas em quase todos os países. De uma maneira geral, os preparativos e treinamentos para os Jogos ficaram prejudicados, especialmente com o fechamento temporário de centros esportivos (locais de treinos), cancelamento de competições e bloqueio de viagens.

As adversidades atravancaram em muitos casos a avaliação do potencial de desempenho dos atletas. Por isso, os prognósticos sobre as futuras disputas em Tóquio ganham pontos a mais de imprevisibilidade. Esse fato não é de todo mal, pois pode aumentar as expectativas e surpresas nos resultados das competições.

A maneira de o COB encarar os transtornos, buscando alternativas para as barreiras, revela o otimismo da entidade em relação à provável confirmação dos Jogos Olímpicos, adiados do ano passado para julho-agosto. A pandemia do coronavírus continua atrapalhando os planos do COI e dos organizadores japoneses do evento.

Não há uma data prevista para o anúncio final, do sim ou do não. Enquanto isso, as federações internacionais de cada um dos esportes refazem suas agendas e suas seletivas para os Jogos. O COI e os organizadores da competição na capital japonesa discutem a questão internamente.

A presidente da comissão organizadora, Seiko Hashimoto, destacou nesta segunda (8) os Jogos a serem realizados no seu país, dados como certos por ela, e aproveitou o Dia Internacional da Mulher para prometer um marco da igualdade de gênero no evento.

Outro debate no Japão relacionado aos Jogos também tem a ver com a pandemia. Os turistas estrangeiros poderão acompanhar os torneios olímpicos nos locais de disputas? Uma pesquisa do jornal Yomiuri, na semana passada, revelou que apenas 18% dos habitantes locais são favoráveis à permissão de entrada de espectadores estrangeiros no país, enquanto 77% são contrários.

As polêmicas fervem no Japão, como uma segunda-feira de março e da mulher, em Brasília.

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