Edgard Alves

Jornalista, participou da cobertura de sete Olimpíadas e quatro Pan-Americanos.

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Edgard Alves
Descrição de chapéu Tóquio 2020

Viagem do chefe do COI ao Japão é suspensa na reta final da Olimpíada

Em meio a questionamentos sobre realização dos Jogos, ida de Thomas Bach a Tóquio fica para depois

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Há que se ter muita atenção, determinação e cuidados específicos (higienização das mãos, máscara, não entrar em aglomeração, entre outros) na prevenção para evitar contaminação pelo novo coronavírus. Mesmo assim, a situação pode fugir do controle.

Esse foi o entendimento das partes para que a visita ao Japão do presidente do COI (Comitê Olímpico Internacional), Thomas Bach, tenha sido suspensa. Estava prevista para os dias 17 e 18 deste mês, quando ele se encontraria com os organizadores dos Jogos. A viagem pode ser reprogramada para junho.

Thomas Bach deixou para depois a visita que faria ao Japão - Charly Triballeau - 16.nov.20/AFP

Imaginem o baque que seria para a realização da Olimpíada de Tóquio, com início previsto para 23 de julho, caso Bach pegasse o Covid-19 na passagem pelo território japonês. Logo neste momento (faltando cerca de 70 dias para as competições), com os debates sobre a manutenção ou suspensão dos Jogos esquentando no Japão.

Os organizadores da Olimpíada justificaram o adiamento da visita por diversas situações, “sobretudo a prorrogação (ordenada pelo governo japonês até 31 deste mês) do estado de emergência vinculado ao vírus”.

Pesquisas no Japão mostram que a maioria dos habitantes locais defende o cancelamento ou um novo adiamento dos Jogos. Aproveitando a oportunidade, o líder da oposição no país, Yukio Edano (Partido Democrático Constitucional), afirmou que as competições não poderão ser disputadas com segurança.

O político criticou o fato de os atletas olímpicos visitantes estarem isentos de um período de quarentena para entrar no Japão e que é impossível proteger a vida, a saúde e os meios de subsistência do povo japonês durante a Olimpíada e a Paraolimpíada.

O primeiro-ministro do país, Yoshihide Suga, também no Parlamento, insistiu que “nunca” colocou os Jogos Olímpicos em primeiro lugar e que sua prioridade continua sendo “a vida e a saúde dos japoneses”.

Pressionado, o primeiro-ministro do Japão, Yoshihide Suga, afirmou que os Jogos Olímpicos nunca foram a prioridade de sua gestão - Hiro Komae - 7.mai.21/Reuters

Suga insistiu na implementação de medidas seguras para salvaguardar a vida e a saúde determinadas por ações governamentais. Disse que a responsabilidade pelas ações era dele como primeiro-ministro

As argumentações de Suga, do governo japonês e do comitê organizador dos Jogos são confrontadas pela oposição, que aproveita níveis recorde de infecções de Covid-19 em algumas regiões do país.

A situação não chega a ser alarmante, levando-se em conta que a pandemia foi menos intensa no Japão do que em outros países, alcançando aproximadamente 11 mil mortes desde seu surgimento. Por lá, o maior temor é a propagação das variantes do vírus.

A realização dos Jogos ainda não teve uma confirmação retumbante do governo japonês, dos organizadores e do COI, os responsáveis pelo evento. Desde o adiamento no ano passado, no entanto, as partes mantêm a atitude de que tudo caminha dentro dos planos, com superação de entraves da pandemia, e a Olimpíada vai acontecer.

A disseminação pelo mundo do coronavírus, por sua vez, dá margem à especulação. Afinal, em Tóquio e em outras bases dos Jogos, os atletas vindos de todos os cantos do planeta vão se juntar na hospedagem e nas competições.

Apesar das regras de proteção para conter a propagação do vírus, nada impede algum temor. A criatividade é pródiga. Basta pensar num planejamento do transporte de explosivos diante da mínima chance de uma explosão fenomenal. Tanto a pandemia como os explosivos representam desafios diabólicos.

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