O Brasil leva para Tóquio sua maior representação nacional em Olimpíadas no exterior. Dos 302 atletas da delegação, quatro garantirão um recorde brasileiro em seus currículos: o de participação em Jogos Olímpicos pela sétima vez.
Parece pouco, mas é muito. Com ciclos olímpicos de quatro anos (exceto este entre Rio e Tóquio, que sofreu adiamento provocado pelo Covid-19), a longevidade da vida esportiva do quarteto recordista é uma façanha.
A marca é praticamente certa, pois não depende de resultado, mas apenas da entrada deles em cena, uma vez que estão com inscrições oficializadas pelo COB (Comitê Olímpico do Brasil).
Os protagonistas são o velejador paulista Robert Scheidt, 48, a jogadora de futebol Formiga, 43, o cavaleiro Rodrigo Pessoa, 48, e a ciclista Jaqueline Mourão, 45. Esta última, diferentemente dos demais, esteve em dois Jogos de verão (Pequim-2008 e Atenas-2004) e outros quatro de inverno (Pyeongchang-2018, Sochi-2014, Vancouver-2010 e Turim-2006).
Os demais competiram apenas em Olimpíadas de verão. Detalhe: Rodrigo Pessoa iniciou suas participações em Barcelona-1992 e recusou convocação para ficar na reserva da Rio-2016. A futebolista Formiga e o velejador Scheidt estiveram presentes em Atlanta-1996, Sydney-2000, Atenas-2004, Pequim-2008, Londres-2012 e Rio-2016.
Rodrigo Pessoa, 48, filho do renomado cavaleiro brasileiro Nelson Pessoa, nasceu em Paris, mas reivindicou a cidadania nacional aos 18 anos. Ele é detentor do único ouro olímpico de saltos, individual, da história do hipismo do Brasil, conquistado em Atenas, mas tem outras duas medalhas, ambas de bronze, por equipes (em Atlanta e Sydney). Foi o porta-bandeira da delegação nacional nos Jogos de Londres.
Rodrigo ganhou manchetes quando Baloubet du Rouet, seu cavalo preferido, refugou em Sydney, provocando a eliminação no torneio individual. A redenção do conjunto veio quatro anos depois, em Atenas, com o ouro. Em Tóquio, ele vai montar Carlitos Way, com o qual compete há pouco tempo, mas que tem rendido bons resultados.
Jacqueline Mourão, do mountain bike, é o tipo de atleta que gosta de desafios. Tanto que alicerça sua carreira esportiva em qualquer condição climática, com atuações em Olimpíadas de inverno e verão. Ela foi medalhista de bronze no Pan de Lima-2019, no cross country, de mountain bike. Na neve, atuou no esqui e no biatlo.
Robert Scheidt, paulistano de 48 anos, é um recordista de muitas medalhas na vela, o esporte que abraçou com dedicação desde os seus nove anos, quando recebeu um barco de presente do pai. Seguiram-se incontáveis vitórias, dez títulos mundiais na classe laser e três na star e, nas Olimpíadas, dois ouros e duas pratas na laser e um bronze na star (em dupla com Bruno Prada). No Rio, terminou em quarto na laser.
Miraildes Maciel Mota, a Formiga, baiana de 43 anos, já tem em seu currículo duas medalhas olímpicas de prata, além de uma de prata e uma de bronze em Mundiais. É bastante, considerando ser ela uma jogadora de futebol.
Apesar da imensa repercussão internacional do esporte, historicamente disputado por homens, a modalidade feminina tem evolução recente, com seu primeiro Mundial realizado apenas em 1991. A estreia no torneio olímpico foi em 1996.
Isso posto, fica claro que o quarteto é incrível e merece respeito.
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