Edgard Alves

Jornalista, participou da cobertura de sete Olimpíadas e quatro Pan-Americanos.

Salvar artigos

Recurso exclusivo para assinantes

assine ou faça login

Edgard Alves
Descrição de chapéu Tóquio 2020

Movimento olímpico pode refletir sobre paz com homenagens a Hiroshima e Nagasaki

Primeira bomba atômica lançada sobre o Japão em 1945 completa 76 anos na sexta (6)

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

O movimento olímpico internacional tem oportunidade ímpar para reflexão sobre paz e repúdio à guerra durante as Olimpíadas, a maior confraternização pacífica dos povos do planeta, com uma homenagem aos mortos pelas bombas atômicas de 1945, lançadas no território japonês de aviões da Força Aérea dos EUA.

A primeira bomba explodiu sobre Hiroshima, em 6 de agosto (completa 76 anos nesta sexta), e a segunda, três dias depois, em Nagasaki. Nunca mais armas atômicas foram utilizadas em atos de guerra, tal a repercussão daquelas atrocidades.

Em segundos, morreram cerca de 70 mil pessoas e 40 mil, respectivamente, a grande maioria civis. São cálculos imprecisos, levando-se em conta a ampla destruição das cidades. Nos dias seguintes, e por muito tempo, ocorreram milhares de outras mortes em consequência dos ferimentos, das queimaduras e das contaminações nucleares.

Na Europa, em 8 de maio daquele ano, os confrontos da Segunda Guerra Mundial (1939-1945) tinham chegado ao fim com a rendição da Alemanha. No Pacífico, o acordo de paz foi assinado apenas em 2 de setembro. O Japão iniciara o conflito contra os americanos em 7 de dezembro de 1941 com um ataque à base naval de Pearl Harbor, em Honolulu, no Havaí.

Tóquio, a capital japonesa, abriga as Olimpíadas de Verão pela segunda vez, sendo que a primeira ocorreu em 1964. O Japão, por sua vez, também promoveu dois Jogos Olímpicos de Inverno, um em Sapporo-1972 e outro em Nagano-1998.

As Olimpíadas em curso, que têm encerramento programado para domingo (8), deram muito trabalho aos organizadores. Inicialmente programadas para 2020, tiveram de ser adiadas para este verão, devido à Covid-19.

O adiamento, também novidade na história de 125 anos da competição, só foi anunciado em março do ano passado, na reta final para os Jogos. Então, a confirmação das disputas virou dúvida, dissipada apenas com a aproximação da abertura do evento, no mês passado. Além disso, a presença de torcedores nos estádios foi vetada.

O mesmo sucedeu com os Jogos Paraolímpicos, que começarão no próximo dia 24, também em Tóquio, com encerramento em 5 de setembro. Desta competição participam atletas com deficiências físicas. Originalmente, as Paraolimpíadas eram disputadas como forma de reabilitação de feridos na Segunda Guerra Mundial.

Quando recepcionou os Jogos Olímpicos de Verão em 1964, o Japão teve como alvo mostrar ao mundo o novo país que se reerguia dos destroços da guerra e da tragédia das bombas atômicas. A ocupação do país pelos Estados Unidos havia terminado em 1952.

O tempo não era longo, mas foi o suficiente para que a proposta atingisse o objetivo. Depois dos Jogos, a recuperação acelerou, os rumos da economia se consolidaram, eliminando possíveis dúvidas sobre o desenvolvimento do país.

Ocorre que concorrentes também se fortaleceram na Ásia, o principal deles a China comunista, com uma nova postura nas relações internacionais. Os chineses passaram a rivalizar com os japoneses nas disputas na economia da região.

Parece que o exemplo japonês de sede de Olimpíadas pegou por lá. A Ásia se transformou em pólo olímpico, com os Jogos de Verão em Seul-1988 e em Pequim-2008 e Jogos de Inverno em Pyeongchang-2018 e em Pequim, escolhida como sede para o ano que vem. São os aros olímpicos promovendo paz e propaganda.

LINK PRESENTE: Gostou deste texto? Assinante pode liberar cinco acessos gratuitos de qualquer link por dia. Basta clicar no F azul abaixo.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.