Edgard Alves

Jornalista, participou da cobertura de sete Olimpíadas e quatro Pan-Americanos.

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Olimpíadas de verão em Tóquio se tornam espelho para as de inverno em Pequim

Dirigentes do COI e do comitê organizador chinês estão confiantes no sucesso do evento

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A China, como ocorreu no Japão, também oferecerá vacinas aos participantes das Olimpíadas e Paralimpíadas de inverno, programadas para fevereiro e março do ano que vem, em Pequim.

Um livro de regras será publicado ainda em outubro com as primeiras diretrizes de enfrentamento à pandemia do novo coronavírus (Covid-19). O COI (Comitê Olímpico Internacional) ajudará a cobrir os custos e a campanha provavelmente utilizará vacinas de origem chinesa. O presidente da entidade, o alemão Thomas Bach, em declaração recente disse que a sua organização continua a ser guiada por conselhos científicos da OMS (Organização Mundial da Saúde).

A Vila Olímpica de Tóquio ficou aberta durante dois meses e oito dias, a partir de 1º de julho. Quando fechou, colocando um ponto final nas Olimpíadas e Paralimpíadas de verão, o balanço dos casos do novo coronavírus tinha registrado 878 testes positivos.

Funcionário ajeita os últimos detalhes de painel com o logo oficial dos Jogos de Inverno
Funcionário ajeita os últimos detalhes de painel com o logo oficial dos Jogos de Inverno - Tingshu Wang - 17.set.2021/Reuters

A maior parte das notificações de infecção ocorreu com integrantes de equipes operacionais e com residentes no Japão. A Vila que abrigou os participantes, um complexo habitacional de 21 estruturas no distrito de Harumi, na baía de Tóquio, será convertida em 5.632 unidades para venda ou aluguel, com os primeiros ocupantes devendo ocupar o espaço em março de 2024.

Um relatório completo dos Jogos de Tóquio será apresentado ao COI apenas em dezembro. Apesar de as competições terem ocorrido sem incidentes graves, os japoneses estão divididos sobre se aprovariam que o país abrigasse as Olimpíadas novamente, segundo pesquisa privada online do Nomura Research Institute (36,03 % a favor, 30% contra e 27,7% não foram nem a favor nem contra).

Antes dos Jogos, adiados de 2020 para 2021 por causa da pandemia do novo coronavírus, pesquisas indicaram que uma fatia maior da população era contra e temia por contaminações. Os organizadores barraram os torcedores estrangeiros e limitaram a presença de habitantes do Japão. Adotaram ainda fortes medidas de segurança, de testes para Covid-19 e de circulação de pessoas, decisões que ajudaram a reduzir os riscos.

Bach tem incentivado as filiadas do COI para que participem das competições de inverno, agora na China, país com cerca de 1,41 bilhão de habitantes, e onde surgiu o novo coronavírus no final de 2019. Apenas uma delegação, a da Coreia do Norte, está vetada de ir aos Jogos, pois foi punida com suspensão por ter se recusado a atuar nas recentes Olimpíadas de verão, em Tóquio.

Mesmo países nos quais episódios de neve e gelo são muito raros ou inexistentes, como o Brasil, podem participar. Nas últimas Olimpíadas do setor, em PyoengChang, na Coreia do Sul, em 2018, estiveram representados 92 países, em um total de 2922 atletas (1680 homens e 1242 mulheres).

Há um mês, os dirigentes do Conselho Executivo do COI e do comitê organizador chinês estiveram reunidos e deixaram o encontro confiantes no sucesso do evento. Para tanto, tinham um motivo especial, inédito. É que a NHL (National Hockey League), a mais destacada liga profissional de hóquei sobre o gelo dos Estados Unidos e do mundo, havia confirmado que a seleção norte-americana contará com seus jogadores em Pequim.

O acontecimento é relevante, pois tem um peso que pode ser comparado ao de outro tremendo sucesso: o da estreia do Dream Team (Time dos Sonhos), a seleção dos EUA com jogadores da NBA nas Olimpíadas, em Barcelona-1992.

Até o momento, o Brasil tem garantidas três vagas em Pequim, todas no esqui cross-country, sendo duas no feminino e uma no masculino. A expectativa é bater o recorde de participantes (13) e de modalidades disputadas numa mesma edição (7), ambas em Sochi- 2014, na Rússia.

De Albertville-1992, na França, quando começou a história do Brasil nas Olimpíadas de inverno, até PyeongChang-2018, na Coreia do Sul, a representação nacional soma 8 participações no evento, com 35 atletas em 8 modalidades (biatlo, bobsled, esqui alpino, esqui cross country, esqui estilo livre, luge, patinação artística e snowboard).

Na última delas, com dez atletas, foi a terceira maior delegação das Américas, atrás apenas do Canadá e dos Estados Unidos. No mundo dos esportes, tal situação é interpretada como confraternização, movimento pela paz e solidariedade. País tropical, sem neve, competir no gelo. Situação excêntrica, paradoxal, como um menu de restaurante oferecer bolinho de bacalhau, sem bacalhau.

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