Edgard Alves

Jornalista, participou da cobertura de sete Olimpíadas e quatro Pan-Americanos.

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Redução da Covid-19 ajuda na volta da pressão antidoping no esporte

Assunto teve seu espaço diminuído no debate dentro do movimento olímpico internacional

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A tragédia da pandemia do novo coronavírus concentrou todas as atenções dos esportistas, do anúncio do adiamento em um ano das Olimpíadas e das Paralimpíadas até a recente realização dos eventos em Tóquio.

Por isso, ao menos temporariamente, o doping teve o seu espaço reduzido no debate dentro do movimento olímpico internacional. Agora que a pandemia está mais controlada, embora ainda ceifando vidas, a luta contra o doping volta à cena no mundo dos esportes.

Nesta nova etapa, a Rússia, que protagonizou o maior escândalo da história do uso de doping para melhora no rendimento de seus atletas, volta ao noticiário. E, novamente, pela porta dos fundos, ou seja, acaba de ter revogada a licença de funcionamento de seu laboratório antidopagem por não cumprir os padrões éticos e laboratoriais estabelecidos pela Wada (Agência Mundial Antidopagem).

O Laboratório Nacional Antidopagem de Moscou já havia sido revogado no rol das punições de um relatório de 2015 encomendado pela Wada, que encontrou evidências de doping em massa de atletas russos, em programa criminoso que contava com respaldo do governo daquele país.

O laboratório está inelegível para realizar qualquer trabalho ligado à análise de amostras de sangue relacionadas com o passaporte biológico do atleta (ABP) ou qualquer outra forma de teste antidoping.

Em 2016, a Wada autorizou o laboratório a analisar passaportes biológicos de atletas para garantir a continuidade do programa. No entanto, seu direito de realizar outras atividades antidopagem havia permanecido bloqueado e a Rússia proibida de competir sob sua bandeira, seu uniforme e com seu hino nacional em grandes eventos esportivos.

A Rússia nega a existência de um esquema de doping estatal no país, mas reconhece falhas na aplicação de regulamentos antidoping. O país acredita que esse passado nebuloso poderá ser superado até as Olimpíadas de Paris-2024. Só que no ano que vem haverá Jogos Olímpicos de Inverno na China e Copa do Mundo de futebol no Qatar.

Os artifícios para o acobertamento de doping estão sempre sendo aprimorados. Portanto, apesar da Covid-19, as técnicas e regulamentos antidoping devem ganhar maior rigor do que nos últimos dois anos.

Espera-se que o Brasil não se afaste dessa vigilância para que as disputas no esporte sejam honestas, limpas e ofereçam igualdade de condições para todos os concorrentes.

Um caso envolvendo atleta do Brasil continua sem esclarecimento desde as Olimpíadas de Tóquio. É o da oposta da seleção de vôlei Tandara Caixeta, flagrada em teste com a presença de Osparina, substância de ação anabolizante que aumenta a massa muscular, a força e a performance. O exame foi realizado sob as diretrizes da ABCD (Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem).

Na companhia de integrantes da seleção, a atleta realizou o antidoping em julho passado, durante os preparativos do time nacional no Centro de Treinamento de Vôlei, em Saquarema, no Rio de Janeiro. O resultado do teste só saiu quando o Brasil já estava na capital japonesa em plena disputa dos Jogos.

Suspensa provisoriamente, a atleta foi desligada da delegação do Comitê Olímpico do Brasil no Japão, enquanto a seleção permaneceu na disputa, na qual eliminou horas depois, na semifinal, a Coreia do Sul, antes de cair diante dos EUA na decisão do ouro. A atleta informou, via assessoria, que só se manifestará após a conclusão do caso. Transparência exige mais do que isso.

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