Edgard Alves

Jornalista, participou da cobertura de sete Olimpíadas e quatro Pan-Americanos.

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Descrição de chapéu COB

COB estuda bases para Olimpíadas de Paris e busca superar medalhas de Tóquio

França planeja 'Jogos Urbanos' com igualdade de gênero em provas, meta do COI

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A delegação nacional ainda se recupera da jornada dos Jogos Olímpicos de Tóquio, encerrados em agosto, e já inicia a contagem para Paris-2024. Desta vez, o tempo de preparação será menor do que em todas as outras oportunidades, porque as Olimpíadas no Japão atrasaram em um ano por causa da pandemia do novo coronavírus.

É um desafio inédito para todas as delegações, uma vez que os ciclos sempre tiveram quatro anos cada desde a estreia dos Jogos na Era Moderna, em 1896, em Atenas. Os Jogos de Paris estão programados para 26 de julho a 11 de agosto de 2024. Com três anos pela frente, o COB começou o trabalho para levar sua delegação à capital francesa.

Na verdade, antes mesmo dos Jogos de Tóquio, os brasileiros iniciaram os levantamentos dos locais olímpicos de Paris. Em momentos diferentes, três equipes do comitê estiveram na França, sendo que a última visita aconteceu recentemente.

Houve reunião com o comitê organizador e vistorias de instalações que podem servir de base para a delegação nacional, planejamento semelhante ao realizado em Chuo, no Japão. Em Marselha, o COB fez observações para a operação da vela no período pré-Jogos, quando os integrantes da equipe brasileira precisarão de suporte nos treinamentos e locais onde ocorrerão as disputas da modalidade.

​Para reduzir custos, o comitê organizador aproveita as novas diretrizes do COI (Comitê Olímpico Internacional) e vai utilizar instalações antigas, modernizadas, como sede de algumas modalidades. Construções temporárias, menos onerosas, serão levantadas nas proximidades dos pontos turísticos de Paris.

Os organizadores dos Jogos parisienses ainda trabalham nos retoques de um plano para a aproximação maior do público às competições. Aprimoram uma proposta de "Jogos Urbanos", concentrando modalidades como escalada, skate e ciclismo (BMX), entre outras.

Também estão em estudos a participação de praticantes comuns nas maratonas. Seletivas específicas apontarão esses concorrentes. No dia da prova, o grupo olímpico de elite partirá bem antes. Está em estudo o total de vagas para cada país.

Outra novidade é que a igualdade de gênero tão perseguida pelo COI (Comitê Olímpico Internacional) finalmente deve acontecer, com um equilíbrio de provas que permitirá a participação de 50% de homens e 50% de mulheres.

A movimentação é grande, sem traumas, bem diferente dos momentos que antecederam os Jogos de Tóquio, cheios de medo e receios por conta da pandemia do Covid-19. Independentemente dos tempos um pouco mais calmos no momento, as responsabilidades do COB cresceram. O raciocínio é simples: o Brasil conquistou posições diante dos concorrentes, sendo que na competição seguinte terá de melhorar seu desempenho.

Vitórias e recordes, indiscutivelmente, alimentam a alegria do torcedor. As derrotas podem causar decepção e tristeza. Ninguém vibra ou torce para uma derrota do seu time. Portanto, perder no esporte provoca um sabor de recuo, retrocesso, fracasso. A vitória estimula um sentimento de orgulho no torcedor. Depois do êxito, fica difícil aceitar uma derrota passivamente, tanto para o atleta como para o torcedor.

​As disputas em geral e olímpicas no esporte são fonte de paixão. Uma de suas portas pode unir o útil ao agradável, ou seja, obter uma melhora de rendimento para competir ao mesmo tempo que ajuda na boa saúde. Mas os eventos esportivos é que chamam a atenção do público em geral e despertam emoções.

Nas Olimpíadas de Tóquio, o Brasil foi ao pódio em 13 modalidades, marca nunca antes atingida. Encerrou as disputas em 12° lugar no quadro de medalhas, com sete ouros, seis pratas e oito bronzes, a sua melhor campanha.

Foi a segunda vez que o país-sede do evento anterior melhorou seu desempenho na disputa posterior. Antes, só a Grã-Bretanha tinha realizado o feito, na Rio-2016.

Segundo avaliação do COB, um dos trunfos da campanha no Japão foi o desempenho feminino. Pela primeira vez, as brasileiras conquistaram três ouros em uma edição e totalizaram nove pódios (com mais quatro pratas e dois bronzes).

Ao todo, elas arrebataram 42,3% das medalhas do país, superando os 41,2% de Pequim-2008 (dois ouros, uma prata e quatro bronzes).

Ao longo de seus 107 anos de existência (fundado em 1914), as delegações do COB ganharam 150 medalhas em Jogos Olímpicos (37 de ouro, 42 de prata e 71 de bronze).

​Neste ciclo olímpico, o Brasil participará dos Jogos Pan-Americanos de Santiago, no Chile, em 2023. A competição serve de avaliação do estágio de preparação da delegação para as Olimpíadas. Em fevereiro próximo tem os Jogos Olímpicos de Inverno, em Pequim, mas são um evento de pouca relevância para o esporte nacional porque o clima no país é ameno, mesmo nas regiões mais frias.

​O recesso do esporte de alto-rendimento neste final de temporada só é pontuado por eventos esporádicos, distantes, como o Mundial masculino de boxe, na Sérvia, onde brasileiros sonham com o pódio por lá.

O momento é mesmo de trabalho na retaguarda, preparando o terreno para os sensacionais combates das Olimpíadas daqui a cerca de mil dias.

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