Edgard Alves

Jornalista, participou da cobertura de sete Olimpíadas e quatro Pan-Americanos.

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Descrição de chapéu Ásia

Variante ômicron é risco que deve atrapalhar Olimpíadas de Inverno

Competição na China terá cerca de 3.000 atletas nas disputas de sete esportes

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Depois do martírio enfrentado pelo Japão para realizar as Olimpíadas de Tóquio, que sofreram adiamento de um ano por conta da pandemia do novo coronavírus (Covid-19), enredo de drama semelhante parece se esboçar em relação aos Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim, na China, previstos para fevereiro do ano que vem.

Ainda não houve nenhum comunicado específico do COI (Comitê Olímpico Internacional) ou do comitê organizador da China. Mas, nesta segunda (29), o quadro de perigo ficou evidente pelo alerta da OMS (Organização Mundial da Saúde) informando que a nova variante ômicron do coronavírus apresenta um "risco muito elevado". A cepa que começou a infectar pessoas em vários países ainda carrega muitas incógnitas.

A competição contará com cerca de 3.000 atletas nas disputas de sete esportes. Na última edição, na Coreia do Sul, em 2018, estiveram representados 92 países.

Evento de snowboard em Zhangjiakou, na China, que receberá os Jogos de Inverno
Evento de snowboard em Zhangjiakou, na China, que receberá os Jogos de Inverno - Tingshu Wang - 28.nov.20211/Reuters

Ao encampar a proposta de realizar novamente as Olimpíadas, Pequim se converte na primeira cidade a abrigar os eventos de inverno e de verão. O famoso estádio Ninho do Pássaro, que há 13 anos serviu para a festa inaugural, será outra vez palco do desfile de abertura dos Jogos.

Mesmo com o adiamento de 2020 para 2021, as Olimpíadas de Verão, em Tóquio, só foram confirmadas pouco tempo antes da nova data e realizadas sob intenso e rígido controle para evitar contaminações pelo Covid-19.

Portanto, resta pouco tempo para os responsáveis pelos Jogos de Pequim avaliarem a extensão dos riscos. Está prevista para os próximos dias a divulgação da nova versão do caderno com as regulamentações e recomendações dos organizadores aos participantes do evento.

O problema exige uma resposta rápida da questão de saúde, pois as Olimpíadas de Inverno já vinham sofrendo forte pressão e ameaças de boicote provocadas por denúncias de violações de direitos humanos pela China. Os governantes dos Estados Unidos, da Inglaterra e da Austrália cogitaram não enviar representantes diplomáticos a Pequim durante os Jogos.

O sumiço temporário da tenista chinesa Peng Shuai, recentemente, após ela denunciar ter sofrido abuso sexual do ex-vice-premiê da China, Zhang Gaoli, ampliou os ecos contra as Olimpíadas. Peng Shuai, campeã de duplas em Roland Garros e em Wimbledon, reapareceu durante um torneio nacional de tênis e a pressão refluiu um pouco.

O Brasil está com quatro vagas asseguradas nas Olimpíadas de Inverno, mas ainda não decidiu quais atletas deverão ocupá-las. Inicialmente, as vagas são reservadas para os comitês olímpicos nacionais, que, no caso do brasileiro, é o COB (Comitê Olímpico do Brasil).

A definição sairá em janeiro, nas vésperas do evento. Até agora, a delegação brasileira garantiu classificação no esqui alpino masculino e no esqui cross-country (duas vagas no feminino e uma no masculino).

Uma das brasileiras que sonha com os Jogos na neve de Pequim é Jaqueline Mourão. Aliás, ela também esteve lá em 2008 e competiu nos Jogos de Verão. Aos 45 anos, Mourão quer alcançar a extraordinária marca de oito Olimpíadas.

As sete atuações dela até agora: três em Jogos de Verão, no ciclismo mountain bike (Atenas-2004, Pequim-2008 e Tóquio, em julho deste ano); e quatro nos Jogos de inverno, no esqui cross-country (Turim-2006, Vancouver-2010, Sochi-2014 e PyoengChang-2018. Na Rússia ela também disputou o biatlo.

Em março de 2021, quatro meses antes dos polêmicos Jogos de Tóquio, Mourão participou do Mundial de cross-country, ajudando o Brasil a garantir as duas vagas em Pequim-2022. "Tive que me sacrificar bastante. Foi uma fase muito dura", ela disse ao Olympics.com. Além de Mourão, disputam as duas vagas Bruna Moura, Eduarda Ribeira e Mirlene Picin.

O Brasil registra oito participações nas Olimpíadas de Inverno desde a estreia em Albertville-1992, na França, até PyeongChang-2018, na Coreia do Sul. Nessa jornada, foi representado por 35 atletas em oito modalidades (biatlo, bobsled, esqui alpino, esqui cross-country, esqui estilo livre, luge, patinação artística e snowboard).

Mesmo sendo um país de clima temperado, com raras e leves ocorrências de neve, a presença da delegação nacional nos Jogos soa mais como um gesto de solidariedade e de paz entre os países.

A CBDN (Confederação Brasileira de Desportos na Neve) e a CBDG (Confederação Brasileira de Desportos no Gelo) são as entidades responsáveis pela organização dos esportes de inverno no país, com apoio do COB.

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