É editor do núcleo de Cidades.
E agora, Haddad?
SÃO PAULO - Pré-candidato em busca da reeleição em 2016, o prefeito Fernando Haddad corre contra o tempo. Em um ano, precisa reverter uma forte reprovação, desvincular sua imagem do desgastado petismo e criar algo que possa ser vendido como vitrine na campanha eleitoral. A corrida é longa e com obstáculos, e atualmente se vê apenas um fio de luz no final desse túnel.
Haddad é do PT e assim foi vendido pelo marketing que o elegeu, em 2012. Naquele momento, por ser do mesmo partido da presidente Dilma, seria o prefeito ideal. Repetiam na TV que ele teria mais condições de firmar parcerias com o Planalto.
Mas esse dinheiro federal prometido não entrou no caixa do município, e promessas para creches, moradias populares, unidades de saúde e corredores de ônibus foram para o buraco. Um prato cheio para seus adversários, e uma sinuca de bico para o prefeito petista: vale a pena para ele atacar publicamente a presidente ou melhor manter a atual política de notas monossilábicas de lamentos contra os cortes no PAC?
Em cima do muro e com quase nada para apresentar nas áreas de educação e saúde, o jeito tem sido apostar em ações baratas: avanço de ciclovias, fechamento de avenidas para lazer aos domingos e redução da velocidade máxima nas ruas.
Muito pouco perto dos graves problemas da cidade e do forte antipetismo entre os paulistanos? Talvez não para uma propaganda eleitoral que possa transformá-lo na TV numa espécie de "prefeito do futuro".
A construção da imagem do prefeito humilde está a todo vapor. Nesta semana, "vazaram" imagens dele na classe econômica de um voo internacional, enquanto seus assessores lembram que desde o início do mandato ele só usa carro oficial com chapa comum. Nada de placa preta.
Na periferia, as promessas do prefeito não saem do papel, mas, para a sorte dele, o Brasil virou até exportador de bons marqueteiros eleitorais.
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