Eduardo Sodré

Jornalista especializado no setor automotivo.

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Novos financiamentos ajudam a levantar as vendas de carros

Bancos e montadoras começam a anunciar novos planos, que nem sempre são novidades de fato

Vista aérea de carros, no pátio da montadora alemã Volkswagen, em São José dos Campos (SP)
Vista aérea de carros, no pátio da montadora alemã Volkswagen, em São José dos Campos (SP) - Roosevelt Cassio/Reuters
 

Basta o mercado automotivo dar seus primeiros suspiros de retomada para que bancos e montadoras comecem a anunciar novos planos de financiamento, que nem sempre são novidades de fato.

A Ford divulga a volta do pagamento em 60 suaves prestações, com entrada equivalente a 50% do valor do carro. A empresa afirma que essa modalidade de crédito havia desaparecido nos últimos cinco anos, o que não é verdade. Financeiras dispunham de tal opção, à boca miúda.

Na Volkswagen, a isca para novos clientes são parcelas reduzidas. O comprador dá uma entrada (40% do valor do veículo) e paga prestações de R$ 99 ao longo de um ano. Depois disso, terá mais 36 meses pela frente, com os valores bem mais altos.

Planos assim não mudam a realidade do crédito, que continua restrito. 

As empresas estão atrás de consumidores que têm nome limpo na praça, um carro usado para dar na troca e pouco ou nenhum planejamento financeiro.

É o típico bom pagador que segurou seu automóvel na garagem durante o período mais agudo da crise econômica e agora começa a se encantar pelos lançamentos.

Já o mau pagador ainda está fora do mercado, algo comprovado pela taxa de inadimplência estacionada em 2,5%, de acordo com a Fenabrave, entidade que representa as revendedoras de veículos. Em 2012, o índice chegou a 6% sobre o total de financiamentos.

Diante da queda da Selic, as taxas de juros tendem a se tornar mais atraentes, mas não existe um plano mágico capaz de estender o prazo de pagamento ou reduzir prestações sem que o cliente pague mais pela facilidade.

Quem compra um carro com uma entrada acima de 50% e financia a diferença em até 24 meses sempre vai pagar menos do que aquele que adquire uma dívida de cinco anos.

Apesar de todo o ônus para o cliente, as propostas apresentadas por bancos e montadoras têm ajudado na reação do mercado.

As vendas de carros de passeio e utilitários cresceram 20,5% no primeiro quadrimestre em comparação ao mesmo período de 2017, de acordo com a Fenabrave. 

O desejo de compra está atiçado, e é nesse momento que vale controlar o impulso do consumo imediato para fazer as contas.

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