Eduardo Sodré

Jornalista especializado no setor automotivo.

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Para vender bem, carro elétrico precisa virar objeto de desejo

O consumidor ainda não enxerga os carros movidos a energia

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A Nissan lança o modelo Leaf no Brasil com uma meta modesta. A marca japonesa espera comercializar, em média, 200 unidades por ano. É pouco diante de seu cartaz global: o carro em questão é o elétrico de maior sucesso no mundo, com mais de 400 mil unidades emplacadas desde seu lançamento, em 2010.

Não é só o preço sugerido de R$ 195 mil que justifica a baixa expectativa. Há veículos importados que custam mais e registram números expressivos. O BMW 330i (a partir de R$ 220 mil) teve 500 unidades licenciadas no país apenas no primeiro semestre. Há fila de espera por algumas cores e versões.

O Leaf tem uma longa lista de equipamentos: consegue frear sozinho, oferece bom espaço interno e muitos itens de conforto. Mas falta a tecnologia elétrica entrar na moda.

As prioridades dos compradores de automóveis mudam de tempos em tempos. Agora é a vez da conectividade surgir no topo das preferências, acima da motorização. Quem diz isso são as montadoras, que fazem pesquisas regulares para conhecer seus possíveis clientes.

Se os aplicativos do telefone não aparecerem espelhados na enorme tela do sistema de som, esqueça. É isso que leva o consumidor a adquirir a versão mais equipada, mesmo tendo de pagar muito além do que o automóvel vale de fato.

Não será a consciência ambiental que fará o Leaf ou qualquer outro carro elétrico ganhar mercado. O consumidor precisa desejar um veículo que consome eletricidade para que a mágica aconteça.

Quando isso ocorrer, a infraestrutura deficiente para recarga parecerá um problema menor. As questões sobre o quanto as cadeias de produção desses carros e de geração de energia são poluentes também perderão importância. Ter um veículo elétrico será bacana, um símbolo de modernidade e status

Independentemente do preço, o consumidor ainda não enxerga os carros movidos a eletricidade. Despertam curiosidade, mas não desejo de compra. Quando se tornarem cobiçados, até os alto valores pedidos deixarão de ser empecilho.

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