Eduardo Sodré

Jornalista especializado no setor automotivo.

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Montadoras reduzem importação e aumentam preços de carros argentinos vendidos no Brasil

Crise e inflação no país vizinho aumentam os custos de produção

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Além de derrubar os números de exportação dos carros brasileiros, a crise na Argentina prejudica também o nosso mercado interno. Automóveis de passeio fabricados no país vizinho têm chegado mais caros ou em menor volume ao Brasil.

O sedã Fiat Cronos, que é produzido em Córdoba, está nessa lista. Apesar de seu potencial, suas vendas aqui caíram 14,4% na comparação entre o acumulado de 2019 (janeiro a julho) com o mesmo período de 2018.

A queda tem impacto maior do que o número sugere devido ao tempo de presença nas concessionárias.

O Cronos começou a ser vendido no fim de fevereiro do ano passado. Portanto, houve quase dois meses a mais de comercialização em 2019.

O principal problema está na elevação dos custos de manufatura. Cerca de 70% das peças do Cronos são feitas por fornecedores argentinos, afetados pela inflação naquele país. O índice chegou a 47,6% em 2018.

Mesmo com a desvalorização do peso, a conta não fecha. A Fiat teve de readequar os volumes e mexer em preços no Brasil para recuperar rentabilidade.

Quando foi lançado, o Cronos mais em conta custava R$ 53.990. Hoje, o valor sugerido começa em R$ 58.990, aumento de 9,26%.

Enquanto isso, o hatch compacto Argo, que é produzido em Betim (MG) e tem a mesma “cara” do sedã, cresceu nas vendas. As 42,8 mil unidades emplacadas entre janeiro e julho deste ano representam alta de 28% sobre o mesmo período de 2018.

O carro mineiro teve reajuste menor em um espaço de tempo maior. No lançamento, em maio de 2017, o Argo 1.0 custava a partir de R$ 46.800. Hoje, a versão de entrada tem preço sugerido de R$ 49.580, alta de 5,94%.

A Fiat não está sozinha. Citroën, Chevrolet, Ford, Nissan, Toyota e Volkswagen estão entre as empresas que também produzem veículos na Argentina.

O caso da Citroën impressiona. Montado em El Palomar, o sedã C4 Lounge foi remodelado e relançado em março de 2018. Suas vendas no Brasil em 2019 somam apenas 960 unidades entre janeiro e julho. Em relação ao mesmo período de 2018, houve queda de 54,6% nos emplacamentos.

Cada montadora adota sua estratégia para driblar o problema da elevação de custos, que parece afetar mais os carros compactos e médios. Mais rentáveis, as picapes têm gordura para queimar e um mercado que aparenta ser mais tolerante a reajustes.

As vendas da Toyota Hilux produzida em Zárate cresceram 15,3% na comparação entre os acumulados de janeiro a julho de 2018 e de 2019. Porém, nos últimos 12 meses, o preço da versão mais simples com cabine dupla passou de R$ 109.540 para R$ 119.940, um aumento de 9,5%.

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