Eduardo Sodré

Jornalista especializado no setor automotivo.

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Setor automotivo precisa achar a fórmula para reconquistar consumidores

Apesar de alta nas vendas diretas, emplacamentos para pessoa física teve crescimento modesto

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O ano de 2019 repetirá o cenário de 2018 na indústria automotiva nacional. Apesar de haver alta no licenciamento de carros de passeio e veículos comerciais leves, os resultados são puxados pelas vendas diretas. Os principais clientes são as locadoras de veículos.

Na comparação entre o período que vai de janeiro a outubro deste ano e o mesmo intervalo do ano passado, o total de unidades comercializadas cresceu 7,52% no país. O dado é da Fenabrave, entidade que representa as concessionárias.

Contudo, ao separar os clientes no varejo das compras feitas por empresas, o resultado é menos animador.

Enquanto as vendas diretas acumularam alta de 14% nesse período, os emplacamentos para “pessoa física” tiveram crescimento mais modesto, de 2,5%.

Com isso, a comercialização para locadoras e frotistas deve responder por cerca de 40% dos emplacamentos em 2019.

É preciso considerar que uma parte dos licenciamentos por venda direta é atribuída aos carros com isenção de impostos para pessoas com necessidades especiais, mas esse volume é pequeno diante das compras feitas pelas corporações do setor de locação.

O lançamento de carros com potencial de atrair o público é um ponto importante da estratégia de retomada, mas não basta para atrair consumidores que, embora tenham renda para adquirir um automóvel novo, estão desanimados diante da recuperação lenta do ambiente econômico.

O caminho da retomada do varejo passa pelo crédito. Com os juros básicos em seu patamar mais baixo da história, abre-se margem para baratear o financiamento sem perder a mão nos critérios de concessão.

É hora de bancos e revendedores olharem para as modalidades oferecidas em mercados maduros e tentarem trazer novas ideias para o mercado nacional.

O leasing americano é um exemplo. O cliente paga pelo uso do bem, não por sua posse. É bem diferente do aluguel de longo prazo disponível hoje no Brasil, que tem custo semelhante ao do financiamento convencional.

Enquanto mudanças não são implementadas, as locadoras continuarão como principais clientes das montadoras. É um negócio legítimo e que mantém as fábricas produtivas, mas menos rentável.

Se quiserem lucrar mais no varejo, as fabricantes e os revendedores terão de mudar a forma de fazer negócio e conseguir mostrar vantagens para seus consumidores.

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