Eduardo Sodré

Jornalista especializado no setor automotivo.

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Chevrolet desiste do Salão do Automóvel de São Paulo e expõe desgaste do evento

Outras montadoras também já afirmaram que não vão participar da edição deste ano

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A Chevrolet, líder em vendas de automóveis no Brasil, está fora do Salão de Automóvel de São Paulo 2020. A confirmação foi feita nesta sexta (31), por meio de um comunicado.

O texto divulgado pela montadora afirma que a “jornada de relacionamento do consumidor com a nossa marca vem se mostrando cada vez mais digital”. Dados divulgados pela empresa mostram que 32% de suas vendas no varejo tiveram início via internet.

Em 2019, a montadora de origem americana emplacou 475,7 mil veículos no Brasil, negócios que somam cerca de R$ 3 bilhões.

Com a desistência, a Chevrolet se junta a Toyota, PSA Peugeot Citroën, BMW, Volvo, JAC Motors e Jaguar Land Rover. Todas estão fora do maior evento do setor automotivo na América Latina.

As decisões tomadas pelas montadoras mostram o desgaste do formato atual dos salões de veículos. É uma tendência global.

A última edição do Salão do Automóvel de Frankfurt, realizada em setembro de 2019, também teve baixas importantes. Cerca de 55% das marcas que tradicionalmente expunham seus carros no evento alemão não quiseram participar.

As fabricantes de carros têm optado por exibir seus produtos em eventos menores ou que atraiam um público mais diversificado. Um exemplo é a feira de tecnologia CES, realizada anualmente em Las Vegas.

O custo envolvido está entre os motivos de desistência apontados pelas montadoras. Representantes das grandes empresas calculam que os custos para montagem de um estande no Salão de São Paulo é de, ao menos, R$ 10 milhões, mas pode chegar a R$ 20 milhões.

Como há dificuldade em mensurar o quanto a exposição se reverte em vendas, as marcas não conseguem calcular o retorno. Em tempos de retomada lenta do mercado e altos investimentos em tecnologias menos poluentes, optam por economizar.

As desistências também são uma forma de pressionar as empresas organizadoras dos salões. No Brasil, a responsável pelo evento de São Paulo é a Reed Alcântara Machado.

Leandro Lara, diretor da Reed, disse que não vai desistir da Chevrolet. O executivo quer conversar com a marca, além de procurar outras fabricantes.

Lara afirma também que o salão de 2020 vai focar mais em tecnologia e mobilidade, na busca de novos públicos, e assim seguir em processo de modernização.

Em suas duas últimas edições (2016 e 2018), o salão do automóvel foi realizado no pavilhão São Paulo Expo, com média de 750 mil visitantes.

O evento, que foi realizado pela primeira em 1960, já foi sediado no parque do Ibirapuera e no pavilhão de exposições do Anhembi. Embora a Chevrolet tenha anunciado sua ausência, Ford, Volkswagen e o grupo FCA Fiat Chrysler confirmaram que terão estandes na edição 2020 do evento. 

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