Eduardo Sodré

Jornalista especializado no setor automotivo.

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Falta de cor predomina entre os automóveis vendidos no mundo

Branco, preto e variações de cinza estão presentes em 78% dos veículos feitos no ano passado

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O branco continua no topo das preferências de cor para automóveis. Segundo levantamento feito pela alemã Basf, 39% de todos os veículos fabricados no mundo em 2019 foram pintados nesse tom. Preto, cinza e suas variações somam outros 39%.

Essas opções são definidas pela indústria das tintas como acromáticas.

Sobram apenas 22% para tons mais vivos, o que faz automóveis azuis (9% do total no ano passado) e vermelhos (7%) se destacarem nas ruas. Mas nem sempre foi assim.

Segundo a Basf, cerca de 20% dos carros vendidos na Alemanha em 1980 eram vermelhos. O branco estava presente em apenas 10% dos veículos produzidos naquele ano, e perdendo mais espaço.

O azul e o verde também se destacavam há 40 anos. Essas cores estavam presentes em 25% dos veículos comprados pelos alemães naquela época.

Embora não haja dados precisos sobre as preferências do brasileiro na década de 1980, os que viveram a época se lembram dos tantos Chevrolet pintados de verde-água ou de bronze, dos carros alaranjados da Volkswagen e do amarelo pálido da linha Fiat 147. Automóveis brancos e pretos eram bem mais raros.

Hoje, as ousadias são pontuais ou restritas ao período de lançamento do carro. As montadoras costumam oferecer automóveis em tons chamativos apenas durante o primeiro ano de mercado, época em que a imagem do produto precisa se consolidar.

Entre os exemplos estão os Fiat Mobi roxos oferecidos em 2016 e os Volkswagen Polo pintados de dourado em 2018.

O branco começou a virar o jogo entre 2006 e 2007. O lançamento do iPod e de outros gadgets fizeram essa cor explodir no mundo, influenciando a indústria automotiva. O que antes era pintura de carro de frota virou moda.

Especialistas em tintas acreditam que o azul, também ligado à tecnologia e à redução das emissões de poluentes, tem chances de se sobressair em um futuro próximo, embora a predominância dos tons acromáticos deva perdurar por mais alguns anos.

A razão para isso está no tamanho dos carros. A Basf diz que cores vivas são mais comuns em veículos compactos, enquanto automóveis maiores são basicamente brancos, cinzas ou pretos.

O fenômeno dos utilitários esportivos, segmento líder de crescimento no mundo, faz as carrocerias se avolumarem. Com mais veículos grandes nas ruas, aumenta a presença dos tais tons acromáticos.

Para quem gosta de ver as ruas coloridas, a esperança está em novos modelos de transporte individual.

O compartilhamento de veículos deve ganhar força na próxima década, com a chegada de automóveis elétricos diminutos prontos para realizar pequenos trajetos urbanos. Nada impede que esses modelos venham em tons berrantes e deixem o mundo menos preto e branco.

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