Eduardo Sodré

Jornalista especializado no setor automotivo.

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Exemplo chinês anima indústria automotiva nacional

Vendas chegaram a cair 79% no país asiático, mas cresceram rapidamente após pico da pandemia

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A esperança da indústria automotiva brasileira vem da China. As montadoras observam o que ocorreu por lá após o pico da pandemia do novo coronavírus e acreditam que fenômeno semelhante pode se repetir no Brasil.

Em fevereiro de 2019, foram comercializados 1,48 milhão de veículos leves no mercado chinês. O número poderia ter sido ainda maior caso o país não estivesse passando por um período de mudanças na legislação, com redução de subsídios para carros elétricos e maior rigor no controle de emissões sendo aplicados ao mesmo tempo.

Um ano depois, no auge da pandemia, as vendas foram de apenas 310 mil unidades, uma queda de 79% segundo os dados da Caam (associação das montadoras instaladas na China).

Novos carros aguardam embarque em porto de Xangai
Novos carros aguardam embarque em porto de Xangai - Fang Zhe/Xinhua

Passado o período mais difícil, os licenciamentos voltaram a subir e a produção começou a ser retomada. Em março, 1,43 milhão de carros foram comercializados no mercado chinês.

Espera-se um novo salto em abril: nos meses bons, as vendas ultrapassam a casa de 2 milhões de unidades.

A indústria automotiva brasileira vive agora seu momento crítico. As vendas caíram 81,1% na primeira quinzena de abril em relação ao mesmo mês de 2019. O número é baseado nos dados do Renavam (Registro Nacional de Veículos Automotores) e inclui modelos leves e pesados.

Afora a diferença vultosa no volume de comercialização, o mercado chinês tem características que o aproximam do brasileiro. A frota circulante é composta majoritariamente por modelos de produção local e o setor automotivo tem peso significativo no PIB.

Mas os pontos em comum não são suficientes para dizer que a recuperação no Brasil será tão rápida.
O mercado nacional depende mais do crédito e da confiança do consumidor, itens escassos em tempos de crise. Enquanto os bancos tendem a aumentar as exigências para aprovar um financiamento, o medo de perder renda leva ao adiamento da compra.

O mais provável é que haja uma retomada gradual ao longo do segundo semestre. Pode ocorrer um salto no mês seguinte ao término das quarentenas nos estados, mas isso será devido às promoções para esvaziar os pátios.

De acordo com a Fenabrave (entidade que representa os distribuidores de veículos), havia carros suficientes para atender a 60 dias de vendas quando a pandemia levou ao fechamento das concessionárias. É provável que sejam realizados feirões e outras ações para colocar esses veículos nas ruas enquanto as fábricas voltam a produzir.

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