Eduardo Sodré

Jornalista especializado no setor automotivo.

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Pesquisa mostra que carros usados valorizaram durante a pandemia

Modelos hatches com até dois anos de uso tiveram aumento médio de 2,25% nos preços em abril

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O mercado de carros usados apresenta uma distorção nestes tempos de pandemia. De acordo com levantamento da KBB Brasil, especializada em precificação de veículos, houve valorização de alguns tipos de carroceria.

A empresa verificou os valores negociados de 22.440 versões de automóveis vendidos no Brasil. Modelos hatches com até dois anos de uso tiveram aumento médio de 2,25% nos preços em abril.
No mesmo período, os sedãs ficaram 1,69% mais caros. Entre as picapes usadas, houve valorização de 1,66% no último mês.

É algo raro de acontecer: em um mercado considerado normal, os preços de modelos seminovos caem mês a mês. São perdas pequenas e constantes. Mas há explicações para o fenômeno atual.

A KBB avalia que muitos consumidores que pretendiam adquirir um automóvel zero-quilômetro estão procurando modelos com até dois anos de uso e preço mais baixo. Isso ocorre pela incerteza causada pela pandemia do novo coronavírus, que tem gerado diminuição de renda e ameaça ao emprego

Marcio Leitão, fundador e CEO da BMZ Auto Brokers, afirma que há mais um fator influenciando a valorização de carros seminovos, especificamente os importados de luxo: a alta do dólar. Isso ocorre devido à elevação de preço dos automóveis zero-quilômetro, pois as empresas precisam repassar a variação cambial.

"A marca que teve um aumento mais agressivo neste período foi a Mercedes, que chegou a 20% de alta, seguida pela BMW, com 15%, e depois por Jaguar, Audi e Land Rover, todas na faixa de 8,5%", afirma Leitão.

Embora a valorização seja boa notícia para quem pretende vender seu carro, o baixo giro registrado no momento transforma qualquer negócio em um teste de paciência.

De acordo com a Fenabrave (entidade que representa os distribuidores de veículos), as transações envolvendo carros usados tiveram queda de 84,5% em abril na comparação com o mesmo mês de 2019.

Por outro lado, o interesse em uma troca futura se mantém em alta. Segundo a plataforma Digicarro, que concentra buscas por veículos, o público jovem (entre 18 e 44 anos) tem demonstrado interesse em adquirir um carro novo. As buscas no site cresceram 9,7% desde o início do isolamento social no país.

Mas o mercado só deve reagir de fato no segundo semestre, quando será possível verificar se a tendência de valorização será mantida e se as intenções de compra se transformarão em negócios fechados.

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