O porta-objetos do Renault Logan 2020 já está esbranquiçado devido aos respingos do álcool em gel. Ao volante, o motorista da Uber explica que o carro é alugado. O valor da locação, que era de aproximadamente R$ 1.600 por mês, foi reduzido para pouco mais de R$ 900.
Ao longo da viagem, ele diz que até pensou em desistir de trabalhar com aplicativo. Entre março e abril, seu gasto para permanecer com o veículo foi maior ou igual ao faturamento com as corridas.
As restrições causadas pela pandemia do novo coronavírus reduziram o movimento a um terço, diz o motorista.
As condições propostas pela locadora —que teve de aceitar a devolução de milhares de carros— e o maior número de viagens registrado ao longo de maio e na primeira semana de junho o incentivaram a permanecer em circulação.
O motorista aposta que o movimento tende a aumentar com passageiros que migram dos transportes de massa, principalmente dos ônibus. Parte dessa nova demanda vem de empresas que têm bancado o uso dos carros por aplicativo para seus funcionários.
As prestadoras de serviço fazem a mesma aposta e se preparam para recuperar o prejuízo. A onda do momento é oferecer soluções e protocolos sanitários bem elaborados. Além de aumentar a proteção de motoristas e passageiros, as medidas são fundamentais para alavancar os negócios.
A Cabify foi além das máscaras obrigatórias e do álcool em gel a bordo. A plataforma de mobilidade disponibiliza uma capa plástica que divide a cabine do carro ao meio.
A película transparente separa o motorista dos ocupantes que estão no banco de trás. A solução deve se popularizar, pois já é encontrada em portais de venda na internet. Chamada de “escudo salivar” em alguns sites, custa por volta de R$ 75.
Alguns modelos anunciados têm um bolso para armazenar o álcool em gel, o que já ajuda a reduzir as manchas na cabine. Mas ainda não criaram uma solução que, entre a saída de um passageiro e a entrada de outro, higienize a cabine em um passe de mágica.
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