Eduardo Sodré

Jornalista especializado no setor automotivo.

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Retrato do setor de transportes na pandemia mostra penúria de um lado e bonança do outro

Atacadistas e delivery crescem, mas quem carrega roupas e eletrônicos tem prejuízo

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O setor de transporte virou do avesso com a crise causada pela pandemia do novo coronavírus. Empresas que carregam roupas e eletrônicos Brasil afora foram as mais afetadas nos últimos três meses, com queda de 70% no faturamento devido ao fechamento das lojas de rua e dos shoppings.

O dado foi divulgado pela plataforma digital TruckPad, que conecta transportadores autônomos a empresas que precisam distribuir suas cargas.

Por outro lado, os serviços urbanos de delivery cresceram cerca de 500% em diferentes modalidades, segundo a TruckPad. De acordo com as informações divulgadas, apenas uma rede de supermercados viu seu volume mensal de pedidos pular de 2.500 para 14 mil.

Há dados positivos também no setor atacadista. O fluxo de produtos alimentícios e de higiene entre esses estabelecimentos e os pontos de venda no varejo cresceu 20%.

Mas o balanço geral é negativo. O levantamento mostra que 50% das empresas ouvidas tiveram queda de faturamento superior a 40%.

Carlos Mira, CEO da TruckPad, avalia que a pandemia vai forçar uma grande mudança no setor de cargas, com o fortalecimento de novos modelos de negócio. Ele diz que, no passado, os transportadores nacionais temiam a concorrência de empresas estrangeiras. Agora, precisam se preocupar com as startups.

“Antes, era a briga de um elefante contra um rinoceronte. Hoje, o elefante é atacado por um enxame de abelhas”, diz Mira.

Dois caminhões em pátio aberto
Caminhões da Scania movidos a GNV (gás natural veicular) no pátio da montadora, em São Bernardo do Campo - Eduardo Sodré/Folhapress

Apesar da crise e da falta de incentivos tributários, a Scania deu continuidade ao desenvolvimento de caminhões movidos a GNV (gás natural veicular) ou biometano. Os veículos estão à venda desde novembro de 2019 e ainda são raros nas estradas, mas a empresa tem boas perspectivas para o segundo semestre.

O maior lote foi comprado pela multinacional Pepsico, que acaba de adquirir 18 unidades. A empresa tem a meta global de reduzir em 20% as emissões de CO2 (gás carbônico) até 2030.

Reduções recentes no preço do GNV fazem a Scania acreditar que seus novos caminhões serão economicamente interessantes.

Há ainda a expectativa por um plano de incentivos fiscais, que pode vir para estimular a indústria na retomada pós-pandemia.

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