A motocicleta Honda CG 160 é um dos fenômenos da indústria durante a pandemia. Suas vendas cresceram 20% na comparação entre os meses de setembro de 2019 e de 2020, segundo a Fenabrave (entidade que representa as distribuidoras de veículos). Foram emplacadas 30.727 unidades no último mês.
Houve até fila de espera, causada pelo período em que a fábrica da marca japonesa em Manaus permaneceu fechada.
A principal justificativa para a alta é a procura por parte dos entregadores por aplicativo. É gente que entrou no ramo em meio à crise ou que precisou trocar a moto antiga e já muito rodada.
Marcos Fermanian, presidente da Abraciclo (associação que reúne fabricantes de motocicletas), diz que a busca por uma alternativa ao transporte público também influi no sucesso da CG 160 e de outras motos de baixo custo, cujos preços iniciais não passam de R$ 10 mil.
A Abraciclo foi a última das entidades ligadas ao setor automotivo a revisar suas previsões. É também escaldada: já viu os negócios minguarem devido à falta de crédito e se assustou com imprevisibilidade da pandemia. Agora está mais otimista, apesar das perdas.
A associação calcula que 937 mil motocicletas serão produzidas em 2020, retração de 15,4% na comparação com 2019. As vendas devem cair 16,2% no mesmo período, de acordo com o prognóstico apresentado nesta semana.
A Anfavea (associação das montadoras de automóveis) acredita que as quedas na fabricação de carros de passeio, comerciais leves e veículos pesados serão de 35% e, de comercialização, 31%.
Ambas as entidades esperam pela retomada em 2021, mas é a Abraciclo que tem mais motivos para acreditar em um bom ano. Com a provável imunização por meio de vacinas, viajantes de moto devem voltar às estradas, o que vai aumentar a procura por modelos maiores e mais caros.
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.