Eduardo Sodré

Jornalista especializado no setor automotivo.

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Venda de veículos cai 21,6% no terceiro trimestre

Carros mais caros assumiram posições antes ocupadas por modelos populares

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A comparação entre os terceiros trimestres de 2019 e de 2020 mostram o desafio imposto à indústria automotiva nesta pandemia.

Foram emplacados 565,6 mil veículos entre julho e setembro deste ano, uma queda de 21,6% nas vendas em relação ao mesmo período de 2019. A conta inclui carros de passeio, comerciais leves, ônibus e caminhões. Os dados são da Fenabrave, entidade que representa os distribuidores de veículos.

Em condições normais, a mesma comparação deveria registrar alta de, ao menos, 5%. E essa seria uma visão pessimista.

Na quarta (7), A anfavea, associação da montadoras, irá divulgar novas previsões para 2020. A entidade deve reduzir a projeção incial de queda nos emplacamentos, que era de 40%. Ainda assim, esperam-se perdas superiores a 30% neste ano em relação a 2019.

O terceiro trimestre é o retrato de um segmento que se transforma com a crise. Foi um período de resultados atípicos, mas que tendem a se tornar regra.

Nos meses de julho e setembro, modelos mais caros assumiram o primeiro lugar em vendas -Volkswagen T-Cross e Fiat Strada, respectivamente. É um novo cenário: desde os anos 1990, o lugar mais alto do pódio vem sendo ocupado por modelos compactos que dispõem de versões populares.

Uma série de fatores combinados levaram à mudança no topo do ranking. A Volkswagen, por exemplo, acelerou a produção do T-Cross para reduzir a enorme fila de espera por versões voltadas ao público PCD. Mas o caso da Fiat Strada indica outro caminho.

A picape cresce com a opção cabine dupla de quatro portas, cujo preço começa em R$ 76 mil. Ou seja, seu público se expande para além da pessoa jurídica que adquire o modelo como ferramenta de trabalho.

Mas ser campeã de vendas não significa ter volumes expressivos neste momento. A Strada teve 11,9 mil unidades emplacadas no último. Em setembro de 2012, mês de fartura, o então líder Volkswagen Gol foi parar em 23,3 mil garagens.

Quando o mercado está retraído, as marcas tentam estimular as vendas de modelos mais caros e rentáveis para compensar a perda de volume. Ao mesmo tempo, clientes de menor renda desistem da compra de um automóvel zero-quilômetro, o que causa essa distorção de mercado.

O cenário de hoje lembra o de meados dos anos 1980, quando o sedã médio Chevrolet Monza ocupou por três anos o posto de carro mais vendido do Brasil. O fenômeno ocorreu entre 1983 e 1985.

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