Eduardo Sodré

Jornalista especializado no setor automotivo.

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Renault quer atrair empresas com carro 100% elétrico

Marca francesa lança linha 2021 do compacto Zoe

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O novo Renault Zoe quer ir mais longe, tanto em autonomia como em estratégia. A montadora francesa começa a vender no Brasil a linha 2021 de seu compacto elétrico.

A principal mudança está na parte mecânica. A capacidade do conjunto de baterias passou de 41 kWh para 52 kWh, o que aumentou a autonomia em 80 km.

De acordo com a fabricante, é possível percorrer 385 quilômetros entre uma recarga e outra.

Com potência equivalente a 135 cv, o Zoe vai do zero aos 100 km/h em 9,5 segundos, diz a Renault. A velocidade máxima é limitada a 140 km/h.

Os equipamentos de série não diferem muito dos concorrentes com motor a combustão. Airbags frontais e laterais, ar-condicionado com ajuste digital, direção com assistência elétrica e sistema multimídia são os principais itens de série.

Apesar dos preços elevados –entre R$ 205 mil e R$ 220 mil–, o Zoe quer ser mais que um carro para entusiastas da mobilidade elétrica. Aí entra a estratégia.

A montadora francesa calcula que 80% das vendas de seu novo compacto serão para empresas, seja para frotas de serviço ou uso de executivos. O Zoe pode ser uma peça importante dentro do conceito ESG, sigla em inglês que resume melhores práticas ambientais, sociais e de governança.

Esse critério tornou-se fundamental no mundo dos negócios: trata-se de como as companhias se relacionam com a sociedade e com o meio ambiente.

Além de não emitir gás carbônico e poluentes quando em movimento, o Zoe utiliza plásticos reciclados em seus revestimentos.

Há também a opção de aluguel por longo prazo. O plano de assinatura para o Zoe custa R$ 3.890 no plano de três anos.

Com a maior autonomia, será possível driblar a falta de infraestrutura de recarga no país. A iniciativa privada espalha tomadas em estacionamentos, mercados e shoppings, mas o futuro da mobilidade elétrica depende de investimentos estatais, que assustam muita gente.

A massificação só vai ocorrer quando houver produção nacional –com redução significativa de preços– conciliada à farta geração de energia limpa, ações que carecem de incentivos tributários. Ou seja, um mundo distante de nossa realidade, que só parece factível daqui a 20 anos.

Mas apesar de todos os problemas e desvantagens que envolvem a tecnologia, o futuro da mobilidade é elétrico. Ainda não inventaram uma alternativa melhor aos combustíveis fósseis.

O Brasil ainda pode se beneficiar das vantagens do etanol em sistemas híbridos ou como gerador de energia para carros que utilizem pilhas de hidrogênio, e a chegada de um novo modelo menos agressivo ao meio ambiente é mais um avanço.

O que a Renault faz hoje tentando tornar o Zoe um pouco mais popular é um passo pequeno, mas repleto de simbolismo.

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