Eduardo Sodré

Jornalista especializado no setor automotivo.

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Problemas de produção persistem, e venda de veículos segue em queda no Brasil

Quebra na cadeia de fornecimento força fabricantes a interromper linhas de montagem

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A falta de componentes que paralisa as linhas de produção resultou em mais um mês ruim no comércio de veículos leves e pesados. Segundo dados do Renavam (Registro Nacional de Veículos Automotores), os emplacamentos caíram 10,2% na comparação entre os meses de agosto e setembro.

Foram entregues 155,1 mil unidades no último mês, uma queda de 25,3% na comparação com setembro de 2020. Naquela época, a indústria acreditava em uma recuperação vultosa ao longo de 2021.

A média diária de emplacamentos foi a mais baixa do ano: 7.385 unidades. As filas de espera persistem: há carros que só devem ser entregues aos compradores no primeiro trimestre de 2022.

Os reflexos do caos logístico e a falta de semicondutores travaram o setor devem se estender pelo próximo ano. As montadoras instaladas no Brasil seguem alternando produção em um os turnos com paradas por férias coletivas ou layoff (suspensão temporária de contratos de trabalho).

As empresas seguem em constante negociação com os sindicatos e buscam alternativas para evitar demissões. Já houve uma onda de cortes ao longo de 2020, com cerca de 6.000 postos encerrados, e 2021 tem as baixas causadas pelo fechamento das fábricas da Ford no Brasil.

Quando o fornecimento for normalizado, será necessário ter mão de obra qualificada nas linhas de montagem, o que justifica a manutenção dos empregos.

Contudo a Renault abriu um programa de demissão voluntária em São José dos Pinhais (PR). Em nota, a montadora confirma que o problema está no fornecimento global de semicondutores, fato que interrompe a produção de diversos equipamentos dos carros.

A empresa estima que 250 funcionários irão aderir ao PDV. Outros 300 entrarão em layoff ao longo dos próximos meses.

O grupo Stellantis também vai abrir um novo período de suspensão temporária de contratos na fábrica da Fiat em Betim (MG). A medida afeta 1.800 trabalhadores do turno da noite, que terá a produção interrompida a partir de segunda-feira (4). A parada vai se estender por três meses.

“A medida é uma decorrência do impacto da crise sanitária e de suas consequências sobre a economia, que agravaram a escassez global de insumos, notadamente de componentes eletrônicos, comprometendo a capacidade de manter o ritmo e o volume de produção dentro de padrões previsíveis”, diz a nota divulgada pela montadora.

A Volkswagen segue com paralisação parcial das atividades em Taubaté (interior de São Paulo), e 800 funcionários estão em férias coletivas de 10 dias. O retorno está previsto para quinta-feira (7).

A unidade de São Bernardo do Campo (Grande São Paulo) também tem funcionários em férias devido à falta de componentes eletrônicos. A Volks já fez diversas interrupções pontuais neste ano.

Após meses sem produzir, a General Motors está reativando o segundo turno nas fábricas de Gravataí (RS) e São Caetano do Sul (Grande São Paulo). Como é comum no setor automotivo, é provável que haja uma parada por férias coletivas no mês de dezembro.

Entre interrupções e retomadas, é certo que os números de fabricação e vendas ficarão abaixo do esperado em 2021. A Anfavea (associação das montadoras) calcula que até 280 mil automóveis leves e pesados deixarão de ser montados neste ano por falta de componentes.

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