Eduardo Sodré

Jornalista especializado no setor automotivo.

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Descrição de chapéu indústria África

Antes nacional, Mercedes Classe C volta ao Brasil importado da África do Sul

Sexta geração do sedã traz instrumentos digitais e motorização híbrida

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Dos 11 milhões de Mercedes Classe C produzidos no mundo, 40 mil rodam no Brasil. É o modelo mais vendido da marca por aqui, e um dos melhores carros já fabricados no Brasil.

O período de produção nacional foi encerrado há um ano, quando a fábrica de Iracemápolis (interior de São Paulo) foi fechada. A unidade foi comprada pela chinesa Great Wall, que iniciará a montagem de seus carros em 2023.

Mercedes-Benz Classe C 2022
Mercedes C300 durante teste em pista fechada no interior de São Paulo - Divulgação

A sexta geração do sedã Mercedes retorna ao mercado nacional como importado. As primeiras unidades virão da Alemanha e, depois, da África do Sul.

A marca promoveu uma apresentação da opção C300 AMG Line, que custa R$ 399,9 mil. O preço pode assustar aos que trazem na memória o valor cobrado há um ano, quando a versão equivalente era vendida por R$ 319 mil.

É necessário, contudo, considerar a disparada geral dos preços de veículos, os custos de importação e os problemas envolvendo falta de peças e desvalorização do real.

Mas o que de fato assusta é a falta de competitividade do país quando o assunto é transpor fronteiras. A fábrica sul-africana da montadora produziu 650 mil unidades do Classe C de quinta geração entre 2014 e 2020. Além de atender ao mercado interno, os carros foram exportados para 90 países.

Já a fábrica de Iracemápolis jamais atingiu a capacidade máxima de 20 mil unidades por ano. Esse número foi alcançado apenas em dezembro de 2018, dois anos e oito meses após o início das operações. O foco sempre esteve em um então combalido mercado interno.

Com o encerramento da produção, o Brasil perdeu a chance de chamar de nacional um dos sedãs mais evoluídos da atualidade, e que deverá receber versões elétricas em breve. A diferença entre as gerações é notável.

O novo Classe C está mais próximo da linha E nos quesitos luxo e qualidade construtiva, mas preserva a esportividade. Está mais refinado e tecnológico que antes.

As telas digitais dominam todo o painel, não há um único mostrador analógico. Há superfícies sensíveis ao toque até mesmo onde botões convencionais fariam mais sentido, como nos comandos elétricos dos retrovisores.

Câmeras e sensores monitoram o tráfego ao redor. O C300 tem sistema de frenagem autônoma que reconhece carros, ciclistas e pedestres.

A grade frontal é repleta de estrelinhas de três pontas e a traseira traz lanternas mais estreitas e alongadas que antes. O carro cresceu 6,5 centímetros, mas não houve um ganho expressivo de espaço interno.

Há uma profusão de LEDs na cabine, que podem ser combinados em 300 variações de luzes e cores.

O motor 2.0 turbo a gasolina que equipa o C300 tem 258 cv de potência e 40,8 kgfm de torque. O sistema híbrido leve entrega 27 cv extras e reduz o consumo de gasolina.

Em uma volta rápida no autódromo Haras Tuiuti (interior de São Paulo), foi possível notar que o novo Classe C se distancia do menor sedã da marca, o Classe A. O novo modelo trata melhor os ocupantes, com suspensão focada em conforto e baixo nível de ruídos.

A Mercedes fala em uma aceleração do zero aos 100 km/h em 6s, e o motor elétrico do sistema híbrido ajuda nessa tarefa.

Além do C300, a Mercedes traz a versão C200 AMG Line (R$ 350 mil), com motor 1.5 turbo e também equipado com o sistema híbrido leve. Se o Brasil fosse competitivo e exportador de bens manufaturados, Iracemápolis poderia continuar a produzi-los.

Representantes da Mercedes dizem que os custos de fabricação no Brasil não eram muito diferentes das demais fábricas –o Classe C também é produzido na China e nos Estados Unidos.

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