A cada três vans vendidas hoje no Brasil, uma é a Fiat Fiorino. O modelo chega aos 41 anos de mercado nacional tendo apenas três gerações ao longo desse período, sendo a primeira derivada do compacto 147.
Longe de ser uma referência em modernidade, o utilitário se vale do custo-benefício em um mercado que ainda lamenta a aposentadoria da Kombi.
O modelo da Volks não tinha como ser adaptado às regras de segurança e emissões que entraram em vigor entre 2013 e 2014. Naquela época, a Fiorino trocou de geração pela segunda vez: saiu o visual quadrado do Mille e entraram as linhas mais arredondadas do então novo Uno.
E é justamente para atender a novas normas que a van da Fiat muda na linha 2022. O utilitário mantém as linhas básicas do modelo anterior, mas tem o motor 1.4 flex revisitado.
A potência caiu de 88 cv para 86 cv e houve ainda uma pequena redução do torque máximo. São resultados da busca por diminuição dos ruídos e das emissões de poluentes e CO. A evolução foi necessária para enquadrar o furgão na sétima etapa do Proconve (Programa de Controle de Emissões Veiculares), que entrará em vigor no próximo mês.
Segundo a Fiat, a Fiorino 2022 apresenta uma redução de até 11,8% no consumo de gasolina e de 8,3% no gasto com etanol em relação ao modelo anterior.
Para atender a novas exigências de segurança, o modelo é equipado com controles de estabilidade e sistema "hill holder", que segura o carro por alguns segundos nas paradas em trechos íngremes.
Há também novidades na cabine, com mais espaço para pequenos objetos. A capacidade de carga é de 650 quilos e o baú tem 3.350 litros de volume.
A Fiat viu os pedidos pela Fiorino dispararem no último ano, seguindo o ritmo do delivery durante 2020, primeiro ano da pandemia de Covid-19. Nesse período, o setor de entregas acumulou crescimento de 74% em comparação a 2019.
A linha 2022 chega na versão única Endurance, equipada com ar-condicionado, direção hidráulica e acionamento elétrico de vidros e travas. O preço foi fixado em R$ 100 mil, uma alta significativa em relação ao modelo anterior.
Em junho de 2020, a linha 2021 da van Fiat foi apresentada com preço a partir de R$ 68,3 mil. Ao equipar com os itens de comodidade que agora são equipamentos de série, o valor chegava a R$ 77,8 mil.
Ser parte de um projeto que remonta a 2010 –ano de lançamento da última geração do Uno– é uma vantagem competitiva nos dias de hoje. A menor complexidade demanda menos semicondutores, item escasso no mercado global.
"A expectativa no mercado de vans é grande para 2022, o segmento cresce junto com o ecommerce e deve se expandir entre 10% e 12%", diz Herlander Zola, diretor da marca Fiat para a América do Sul.
Enquanto a Fiorino estreia, o furgão Doblò sai de linha. O modelo vinha perdendo espaço no mercado e, por enquanto, não terá um substituto. Seu espaço deve ser ocupado pelos "gêmeos" Citroën Jumpy e Peugeot Expert, modelos de maior porte que são produzidos no Uruguai pelo grupo Stellantis.
A Fiat tem mais um lançamento neste mês. Na próxima sexta (10), a marca apresentará a versão automática da picape compacta Strada.
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