Eduardo Sodré

Jornalista especializado no setor automotivo.

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Desconto no IPI ainda não se reflete na venda de carros, que segue em queda

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As montadoras estão repassando os descontos do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) e os lojistas conseguiram que carros em estoque fossem refaturados – o que possibilita a venda por preço menor. Os resultados, contudo, ainda não aparecem nas vendas.

De acordo com dados do Renavam (Registro Nacional de Veículos Automotores), foram emplacados 71,9 mil veículos leves e pesados entre os dias 1º e 16 de março. O número representa uma queda de 28,9% em relação ao mesmo período de 2021.

Jeep lança Renegade 2023
Jeep Renegade 4x4 S é equipado com câmbio automático de nove marchas; versão tem fila de espera nas lojas - Divulgação

Os efeitos da redução do imposto devem aparecer nesta segunda quinzena e em abril. É tempo suficiente para os interessados irem às lojas. Entretanto, se não houver melhora na média de licenciamentos nesse período, o setor automotivo caminha para mais um ano frustrante.

No acumulado de janeiro ao dia 16 de março, as vendas caíram 25,5% sobre igual período de 2021. O primeiro trimestre vai registrar um inesperado resultado negativo, que transforma as previsões para o ano em um sonho distante.

A Anfavea (associação das montadoras) projetou que a comercialização de veículos teria uma alta de 8,5% em 2022 na comparação com 2021. Já a Fenabrave, que representa os revendedores, previu um crescimento de 4,6% neste ano.

Se o cenário não mudar já no segundo trimestre, ambas as entidades terão as expectativas frustradas e precisarão revisar seus cálculos.

O cenário no Brasil não dá motivos para uma corrida às concessionárias. Alta na taxa básica de juros, combustíveis impactados pela guerra na Ucrânia e carros mais caros pelas altas do dólar e dos insumos parecem arrefecer os ânimos dos consumidores.

Por outro lado, ainda há fila de espera por diversos modelos, principalmente os recém-lançados. Algumas versões do novo Jeep Renegade, por exemplo, tem entrega prevista para agosto.

O problema é complexo. Ao que parece, os cerca de 80 mil carros em estoque não interessam potenciais clientes, que preferem esperar para receber modelos e versões mais adequados a seus gostos e bolsos.

É natural que isso ocorra: em um cenário de alta de preços e crédito caro, o comprador de automóveis prefere aguardar para adquirir exatamente o que deseja.

E essa espera pode demorar ainda mais. Após o terremoto que atingiu a costa nordeste do Japão na quarta-feira (16), uma fabricante de semicondutores interrompeu a produção em três fábricas. Ou seja, a crise de fornecimento desses componentes vai se agravar novamente.

A retomada, portanto, depende da capacidade das marcas em entregar o que os consumidores desejam, reavivando o desejo de compra apesar do cenário desanimador.

Um bom termômetro será o lançamento do novo Citroën C3, com potencial para movimentar o segmento de carros compactos –que reúne os raros modelos novos vendidos por menos de R$ 80 mil atualmente. A produção teve início nesta semana na fábrica do grupo Stellantis em Porto Real (RJ), e o carro chega às lojas no segundo trimestre.

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