A divisão de automóveis da Honda completa 30 anos de atuação no Brasil em 2022. As celebrações tiveram início com números estranhos para a história da empresa.
Suas vendas registraram queda de 35% no primeiro trimestre em relação ao mesmo período do ano passado. O resultado ruim, contudo, é explicado por uma decisão estratégica. É um momento de transição de olho no futuro próximo.
A montadora promove a atualização completa de sua linha de produtos no país. Após lançar o novo City e encerrar a produção do compacto Fit e do sedã médio Civic em suas fábricas no interior de São Paulo, a marca japonesa confirma quais serão seus próximos passos.
A principal novidade para o Brasil será a renovação do utilitário compacto HR-V, com estreia prevista para agosto. As versões mais equipadas trarão o novo motor 1.5 turbo flex –até então, as opções turbinadas da marca japonesa eram movidas a gasolina. A chegada desse SUV fecha o ciclo atual de R$ 1,1 bilhão em investimentos.
Haverá ainda configurações 1.5 flex aspiradas –é o mesmo motor de 126 cv que equipa o novo City nas versões hatch e sedã. Com isso, o antigo 1.8 será aposentado.
Após o fim da produção nacional, o sedã médio Civic vai retornar ao mercado brasileiro na 11ª geração. Importado do Canadá, estreia no último trimestre em versão híbrida. O motor 2.0 a gasolina funciona a maior parte do tempo com um gerador para o conjunto elétrico.
É a mesma combinação disponível no Accord e:HEV vendido atualmente no Brasil. No uso urbano, esse modelo fez a média de 28,5 km/l no teste Folha-Mauá.
Em 2023, chegam dois novos modelos para o topo de linha Honda: o novo SUV médio CR-V –que também será híbrido– e o esportivo Civic Type-R.
A lista de lançamentos inclui ainda a versão americana do HR-V. Apesar do nome em comum, trata-se de um carro completamente diferente da linha nacional.
Enquanto o modelo brasileiro utiliza a mesma plataforma do City, o carro disponível nos EUA é montado sobre a base do Civic. É, portanto, maior.
Diante de tantos lançamentos, espera-se que o primeiro trimestre de 2023 seja bem diferente para a Honda. Resta saber como será o fornecimento de componentes eletrônicos para a montagem de tantos modelos aqui e no exterior.
Atsushi Fujimoto, novo presidente da montadora na América do Sul, acredita que o problema dos semicondutores não se resolverá tão rápido. Em entrevista nesta terça (19), o executivo afirmou que a demanda global por automóveis da marca está maior do que a capacidade de entrega.
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