Eduardo Sodré

Jornalista especializado no setor automotivo.

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Preço de combustíveis é principal barreira à compra de carro, mostra estudo

Pesquisa diz ainda que tributação e instabilidade econômica afastam consumidores das lojas

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A alta no preço dos combustíveis e os impostos que encarecem os carros são os principais motivos para a queda nas vendas registradas neste início de ano. A conclusão é baseada em estudo feito pela Ipsos Brasil, empresa global de pesquisa de mercado.

De forma espontânea, os entrevistados enumeraram cinco barreiras para a compra de um carro nos dias de hoje –novos e usados, envolvendo troca ou não.

Loja de carros usados na avenida Professor Luiz Ignácio Anhaia Mello, em São Paulo - Fabiano Vito/Folhapress

Segundo a Ipsos, 43,1% das 1.549 pessoas entrevistadas no Brasil mencionaram o preço dos combustíveis como principal empecilho. Foi o ponto mais citado, seguido da alta carga tributária (37,6%) e da instabilidade econômica (36,8%).

A pesquisa foi realizada entre outubro e novembro de 2021. Portanto, mostra que o desânimo dos consumidores é anterior ao mega-aumento da gasolina e do diesel anunciado em março.

A inflação nos postos se reflete ainda em outro tópico da pesquisa. Ao listar quais são os fatores primordiais para tomada de decisão de compra, os entrevistados citaram a economia de combustível em primeiro lugar, com 40,6% das menções.

Os resultados ajudam a entender o momento ruim do setor automotivo. Os licenciamentos de veículos novos caíram 23,2% na comparação entre os primeiros trimestres de 2022 e 2021. Com 402,8 mil unidades vendidas, o período de janeiro a março deste ano registra o pior resultado desde 2006, segundo dados da Fenabrave (associação dos distribuidores de veículos).

Entre os modelos usados, há queda de 24,6% nas negociações no acumulado deste ano, e esse é um dos pontos mais preocupantes no momento.

Em 2021, as vendas de automóveis zero-quilômetro foram travadas pela falta de componentes. Sem opção de pronta-entrega, muitos consumidores optaram por carros de segunda mão, cujas vendas dispararam. Agora ambos os segmentos registram perdas em relação ao ano passado.

Os números da Fenabrave consideram a comercialização de carros de passeio, veículos comerciais leves, ônibus e caminhões.

O alto custo dos financiamentos aparece na quarta posição entre os entraves mais lembrados, com 34,8% das citações, seguido pela preocupação com os custos de propriedade gerados por um automóvel (33,6%) e pelo desemprego ou incerteza com o mercado de trabalho (30,7%).

Os preços dos carros a combustão são vistos como empecilho à compra por 27,7%, enquanto 25,8% dizem que os valores cobrados por modelos híbridos e elétricos são barreiras que impedem o fechamento do negócio.

A queixa dos entrevistados em relação à carga tributária traz um pouco de esperança às montadoras e aos revendedores de automóveis novos e usados. O setor automotivo espera que a redução das alíquotas do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) tenha um reflexo positivo nas vendas já neste mês.

Mas a instabilidade econômica que fecha o "top 3" das barreiras à compra ganha peso no cenário atual, em que há projeções tímidas de crescimento do PIB (Produto Interno Bruto), incertezas que se avolumam em ano de eleições majoritárias e problemas globais gerados pela guerra na Ucrânia.

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