Nos últimos trinta anos, carros esportivos de porte médio ocuparam um espaço importante do mercado. Eram sonhos de consumo e, em grande parte, com produção nacional. Audi A3 1.8T, Chevrolet Vectra GSI, Fiat Stilo Abarth, Honda Civic SI, Renault Fluence GT e Volkswagen Golf GTI fizeram parte desse grupo.
Eram as versões mais caras desses modelos, contudo com preços menores do que os cobrados pelos importados de maior prestígio. Os tempos mudaram, e hoje toda um segmento se resume ao Jetta GLI (Grand Luxury Injection).
Importado do México, o sedã da Volks chega à linha 2022 anunciado por R$ 217 mil. É o único modelo esportivo de porte médio com preço inferior a R$ 250 mil –até o Audi A3 S Line já passou dessa faixa, sendo hoje anunciado por pouco mais de R$ 270 mil.
Em comum, Audi e VW têm o motor 2.0 TFSI já adaptado à sétima fase do Proconve (Programa de Controle de Emissões Veiculares). No caso do Jetta, a potência chega aos 231 cv –1 cv a mais que antes– e o câmbio automático de dupla embreagem agora tem sete marchas.
As mudanças visuais são discretas. A grade traz aberturas em formato de colmeia e há novos para-choques, que deixam o carro 4 cm mais longo.
Por dentro, há um novo volante e banco do motorista com ajustes elétricos.
A central multimídia VW Play torna-se item de série. O equipamento é produzido pela Visteon no Polo Industrial de Manaus e enviado para a linha de montagem do Jetta no México.
Para o primeiro contato com o carro, a Volkswagen promoveu um teste curto no Circuito Panamericano, que faz parte do centro de desenvolvimento da Pirelli em Elias Fausto (interior de São Paulo).
Na pista, o Jetta mostrou mais uma vez sua disposição nas acelerações e retomadas: foi o carro mais rápido entre os modelos médios de sua faixa de preço no Ranking Folha-Mauá 2021.
Na época do teste, o modelo partiu da imobilidade e chegou aos 100 km/h em 6,6 segundos, número que deve ser mantido na linha 2022.
O desempenho não deve mudar, diferentemente do preço, que acompanhou o ritmo da inflação no período.
Quando o sedã esportivo chegou ao Brasil, em junho de 2019, custava R$ 145 mil. Com base na tabela Fipe da época, o valor era suficiente para comprar três unidades do Gol 1.0 (R$ 45,6 mil) e guardar R$ 8,2 mil para documentação e alguns tanques de combustível.
Hoje o Jetta GLI custa R$ 217 mil, mas com esse valor não se compra mais tantos "Golzinhos", que hoje são vendidos por R$ 74,8 mil. Para levar três para a garagem, será preciso acrescentar R$ 7.400.
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.