O ano tem sido movimentado para as marcas premium alemãs instaladas no Brasil. Após a Audi retomar a produção em São José dos Pinhais (PR), Mercedes e BMW anunciam novos produtos para o mercado local.
Cada uma das empresas partiu para uma estratégia diferente neste momento, se dividindo entre motores a combustão e eletricidade.
A Mercedes investe no EQS 53 AMG, sedã elétrico de alto luxo. É um Classe S futurista, que tanto acolhe como intimida o motorista com suas três telas espalhadas pelo painel.
A montadora alemã tem feito carros sóbrios por fora e um tanto espalhafatosos por dentro, mas é inegável que o padrão de construção e acabamento segue sendo referência global.
Vendido por a partir de R$ 1,35 milhão, o Mercedes EQS 53 tem autonomia para rodar até 580 km antes de precisar de uma recarga. Sua potência equivale a 658 cv e é resultado da combinação de dois motores elétricos. Quem optar pelo pacote AMG Dynamic Plus, que custa R$ 59,9 mil, terá 761 cv à disposição.
Há espaço de sobra na cabine, embora o assoalho elevado devido às baterias comprometa o conforto no assento traseiro. O sedã é focado no motorista, que tem à sua frente a projeção virtual do quadro de instrumentos. Parece que informações como velocidade e autonomia estão flutuando do lado de fora da cabine.
Enquanto a Mercedes investe nos carros de passeio importados –a antiga fábrica de Iracemápolis (interior de São Paulo) hoje pertence à chinesa Great Wall–, a BMW anuncia duas novidades com montagem nacional. Os novos Série 3 e X1 serão feitos em Araquari (SC).
Ambos terão os mesmos motores 2.0 turbo utilizados hoje, mas há mudanças no desenho e nos equipamentos.
Com produção prevista para a partir de setembro, o sedã Série 3 trará um novo painel digital, composto por duas telas contíguas que têm uma ligeira curvatura. Por fora, há novos para-choques e faróis.
Haverá também uma opção híbrida plug-in, movida a gasolina e eletricidade. Contudo não será dessa vez que a fábrica irá montar um modelo 100% elétrico no Brasil.
Já o utilitário esportivo X1 chegará em nova geração, com início da montagem prevista para 2023. O carro foi apresentado na Alemanha em junho.
Ambos os modelos fazem parte do ciclo atual de R$ 500 milhões em investimentos. A BMW iniciou esse aporte em 2021, com previsão de encerramento no ano que vem.
Quem também segue com um novo plano de investimento no país é a Ford. O Centro de Desenvolvimento e Tecnologia da marca está ampliando sua atuação: a unidade trabalha em sistemas para carros elétricos e outras soluções voltadas à mobilidade.
Sediado em Camaçari (BA), o centro emprega 1.500 funcionários e é um dos nove que a montadora tem no mundo com foco em projetos globais.
A montadora espera gerar receita de R$ 500 milhões ainda neste ano por meio das atividades de desenvolvimento. Um dos projetos em andamento na Bahia é a nova linha de veículos elétricos da Lincoln, divisão de luxo da Ford na América do Norte.
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