O Porsche Taycan se tornou o carro mais rápido entre os cerca de 1.800 veículos avaliados em 26 anos de testes realizados pela Folha em parceria com o Instituto Mauá de Tecnologia. Em economia de combustível, o Honda Accord atingiu uma das melhores médias de consumo já registradas com gasolina.
Em comum, há a eletricidade. Enquanto o primeiro é 100% elétrico, o segundo utiliza um sistema híbrido.
Entre os utilitários a gasolina ou flex, o auxílio vindo das baterias levou o Toyota Corolla Cross à primeira colocação em consumo no Ranking Folha-Mauá 2022.
"Em termos de eficiência energética, o veículo elétrico é a melhor opção quando comparado às tecnologias convencionais", diz Everton Lopes, diretor de tendências tecnológicas da AEA (Associação Brasileira de Engenharia Automotiva).
O especialista, contudo, ressalta que deve ser sempre observada a emissão de gases do efeito estufa de cada tecnologia, o que se relaciona também à forma como a energia é gerada. "As questões de mitigação do aquecimento global são os principais vetores da transformação na indústria da mobilidade global."
A pedido da General Motors, a AEA fez um estudo e concluiu que, no Brasil, um carro 100% elétrico é 10 vezes mais eficiente do que um modelo movido a gasolina.
A pesquisa levou em consideração a matriz energética do país. Em nota, a GM diz que 84% da energia elétrica vem de fontes renováveis, como a hídrica, a solar e a eólica.
As vantagens, entretanto, esbarram nos preços e na infraestrutura ainda precária, com rede de recarga concentrada em capitais das regiões Sul e Sudeste.
"Parar de fabricar ou usar combustíveis como gasolina, diesel e etanol para apostar em carros elétricos, por exemplo, não é algo simples de ser feito, e nem barato", diz Flávio Vasques, diretor da empresa de consultoria VC One Soluções Conectadas.
"É constatado que o público que está comprando veículos eletrificados é formado por frotistas ou por clientes do segmento premium, com renda mensal acima de 40 salários mínimos."
Lopes, da AEA, lembra que, apesar da maior eficiência dos 100% elétricos e do avanço dessa tecnologia em mercados europeus, o Brasil seguirá seu próprio rumo, com o uso do etanol em carros híbridos.
"Para o Brasil, em qualquer que seja o caminho, a tendência é utilizar a combinação com biocombustíveis, o que chamamos de bioeletrificação."
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