Elio Gaspari

Jornalista, autor de cinco volumes sobre a história do regime militar, entre eles "A Ditadura Encurralada".

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Escalada de EUA e Irã no Iraque mostra valor de ensinamento do Chacrinha

'Eu não vim pra explicar, vim pra confundir' vale mais que julgar acontecimentos a partir de ligações ideológicas e automáticas

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A última escalada da encrenca dos Estados Unidos com o Irã no Iraque mostra que o ensinamento do Chacrinha ("Eu não vim pra explicar, vim pra confundir") vale mais que todas as certezas das pessoas que julgam os acontecimentos a partir de suas ligações ideológicas e automáticas.

Em 2003, quando George Bush, o Jovem, invadiu o Iraque e enforcou Saddam Hussein, os sábios da Casa Branca achavam que construiriam a primeira grande democracia da região. Passados 16 anos, o governo do Iraque pediu aos Estados Unidos que deixem o país. (Nessa aventura já morreram centenas de milhares de iraquianos e 5.000 americanos.)

Depois que Donald Trump mandou matar o general iraniano Qassim Suleimani, os aiatolás ordenaram um ataque de mísseis contra três bases americanas. Não morreu ninguém. Já nas grandes manifestações ocorridas em Teerã durante o funeral de Suleimani, morreram pelo menos 56 pessoas. (Em 1953, durante o funeral de Stalin, morreram mais de cem.)

Para confirmar que Chacrinha sabia mais que os sábios, diante da possibilidade de uma guerra com os Estados Unidos (o "Grande Satã"), os iranianos fizeram filas diante de casas de câmbio para comprar dólares ou euros.

Se tudo isso fosse pouco, o maior número de mortes (176 pessoas) aconteceu porque os iranianos teriam derrubado um avião da Ucrânia que acabara de decolar em Teerã.

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