Em janeiro de 1961, a Assembleia Legislativa de São Paulo negou um aumento ao Corpo de Bombeiros e à Polícia Militar (Força Pública, na época). Amotinados, eles hastearam uma bandeira preta no alto de uma escada Magirus do quartel da praça Clóvis Beviláqua. Uma tropa mandada para controlá-los se insubordinou.
No dia seguinte, amotinados seguiram em passeata e cercaram portões do Palácio dos Campos Elíseos, onde vivia o governador.
O comandante da 2ª Divisão de Infantaria chegou acompanhado de um major e, empunhando seu bastão de general, informou: “Isso é uma baderna. Será dissolvida a bala. Pensem nos seus filhos”. Logo depois veio sua tropa, com blindados.
O que havia sido uma passeata virou coluna em marcha, cantando o hino nacional em direção à cadeia. Foram indiciados 513 policiais.
O general chamava-se Arthur da Costa e Silva. Antes de chegar à Presidência da República, fizera fama como chefe militar, daqueles que comandam sua tropa.
(Em tempo: os amotinados ganharam uma anistia do Congresso, pedida pelo deputado Ulysses Guimarães.)
Constitucionalismo
Não existe parlamentarismo branco, nem verde e rosa. O que existe, às vezes, é presidencialismo sem cor.
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