As entrevistas de Jair Bolsonaro no cercadinho do Alvorada serviram para teatralidades, até o dia em que o presidente mandou que os jornalistas ficassem calados para ouvir o que dizia um dos integrantes de sua claque: “É ele quem vai falar, não é vocês, não”.
Bolsonaro criou um modelo inédito de encontros com a imprensa, a entrevista-auditório. De um lado ficam os profissionais e de outro os denominados “apoiadores”. O episódio passou da conta e jornalistas abandonaram o local.
No dia seguinte, um funcionário do Planalto pediu à claque que deixasse os jornalistas em paz. Tentou-se chegar a bom termo, mas no dia seguinte a claque voltou a se manifestar.
Os jornalistas devem trabalhar em condições adversas e eventualmente ouvem desaforos, inclusive aqueles que partem de Bolsonaro. É o jogo jogado.
Eles não devem ser obrigados a enfeitar palhaçadas.
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