O ministro Alexandre de Moraes sabe direito e travou a ofensiva de Bolsonaro contra as medidas de isolamento determinadas pelos governadores.
Na sua decisão, redigida em juridiquês, ele foi além. Reconhecendo que “não compete ao Poder Judiciário substituir o juízo de conveniência e oportunidade realizado pelo presidente da República no exercício de suas competências constitucionais”. Até aí, o óbvio, mas o doutor foi além:
“Porem, é seu dever constitucional exercer o juízo de verificação da exatidão do exercício dessa discricionariedade executiva [...] verificando a realidade dos fatos e também a coerência lógica da decisão com as situações concretas”.
Se Moraes quer “coerência lógica” do presidente da “gripezinha”, perde seu tempo. Mesmo assim, não é atribuição do Poder Judiciário determinar sua interdição.
Em seu benefício, deve-se registrar que Alexandre de Moraes apenas segue uma virótica mania do Judiciário de ir além das próprias chinelas.
Sessões eletrônicas
As próximas sessões do Supremo Tribunal serão realizadas em videoconferências. Realiza-se assim o sonho de vários ministros. Eles poderão ficar com os rostos no vídeo, tirando o som dos soporíferos votos de alguns colegas.
Memória
Nos anos 40, o garoto Michel Temer vivia num sítio em Tietê, no interior de São Paulo, e por perto havia um bosque de eucaliptos chamado de Hospital. Ele não passava por perto e muitas vezes perdeu o sono por causa das assombrações que apareciam entre as árvores.
A memória da região contava que, durante os surtos de febre amarela do início do século, era lá que se enterravam os doentes, alguns deles ainda vivos.
Carnificina
De um empresário que já viu de tudo: “Vem aí uma carnificina em cima dos pequenos negociantes. Uma parte vai quebrar e quem tiver sorte venderá para um concorrente”.
Erosão
Em 2018, o candidato Jair Bolsonaro era o quindim da maioria dos médicos e de todos os empresários do agronegócio.
Com seu diagnóstico da “gripezinha” perdeu os médicos. Com a encrenca que seu ministro da Educassão arrumou com a China, perdeu as lideranças empresariais da lavoura e da pecuária.
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