Elio Gaspari

Jornalista, autor de cinco volumes sobre a história do regime militar, entre eles "A Ditadura Encurralada".

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Bolsonaro acordou para o fato de que tem um encontro marcado com o TSE

São seis processos no Tribunal Superior Eleitoral; dois podem morrer, mas quatro persistirão

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Jair Bolsonaro está encrencando com o Judiciário ("Temos que botar limites" ou "Chega!") porque acordou para o fato de que tem um encontro marcado com o Tribunal Superior Eleitoral no julgamento dos pedidos de cassação de sua chapa com o vice Hamilton Mourão. Os processos são seis, dois podem morrer em poucos dias, mas quatro persistirão. Todos eles se referem aos disparos de notícias falsas na rede, tema da investigação conduzida pelo ministro Alexandre de Moraes.

Pelo andar da carruagem, o TSE julgará o caso ainda este ano. É a crise da vida anunciada.

Deixando-se de lado a lógica constitucional da cassação de uma chapa no segundo ano de seu mandato, precisará ficar provado que os disparos das mentiras na rede foram praticados com recursos ilegais e que tenham influenciado de forma decisiva o resultado da eleição. A investigação determinada pelo ministro José Antonio Dias Toffoli pode ter uma origem escalafobética, mas as conclusões do trabalho de Alexandre de Moraes serão um fato em si. Pelo que já se sabe, desagradarão os Bolsonaro. Eles têm alguns meses para criar um clima capaz de convencer a população de que o Judiciário quer mutilar o Executivo.

Uma coisa é certa: ameaçando a Justiça com a hipótese de um golpe de generais no meio de uma epidemia e no início de uma recessão, Bolsonaro entroniza-se como encarnação da instabilidade política, econômica e sanitária.

Quando ele diz que "ordens absurdas não se cumprem" e oferece cadeiras no Supremo Tribunal como se fossem chuchu de feira, confirma que antes de chegar à metade do mandato, tornou-se um criador de problemas. Afinal, quem decide que uma ordem é absurda? Aquele cabo que pode fechar o Supremo?

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