O doutor André Mendonça fez boa fama como advogado-geral da União. Foi empossado no Ministério da Justiça numa cena de programa de auditório, durante a qual a deputada Carla Zambelli aplaudia-o assobiando e ele, num lance esquisito, deu continência ao capitão Bolsonaro duas vezes, chamando-o de "profeta".
Passaram-se poucos meses e ele pediu que fossem investigados o chargista Aroeira, por ter associado Bolsonaro a uma cruz gamada do nazismo, e o repórter Ricardo Noblat, por tê-la veiculado.
Quem se mete com chargista, de duas uma, ou não tem o que fazer ou faz o que lhe mandam. Dezenas de profissionais replicaram o trabalho de Aroeira. E agora?
Indo-se para o campo jurídico, a revista americana Hustler publicou uma paródia de um anúncio do rum Bacardi, no qual brincava-se com a "primeira vez" de personagens famosos e a vítima foi o pastor Jerry Falwell. Sua "primeira vez" teria sido incestuosa.
Falwell processou a revista, pedindo US$ 45 milhões de indenização. Perdeu por 8 a 0 na Corte Suprema. Como diria o capitão Bolsonaro, o Judiciário toma decisões abusivas.
Sendo advogado, Mendonça poderia dar uma lida na decisão da Corte, redigida pelo seu presidente William Rehnquist. Acompanhando-o, estava Antonin Scalia. Ambos ajudaram a ressuscitar o conservadorismo americano servindo ao direito.
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